Clement Mahoudeau/Efe | ||
Local de votação em Aix-en-Provence, no sul do país, onde foram realizadas eleições regionais |
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Mundo
Thursday, 02-May-2024 22:10:44 -03Após liderar 1º turno, extrema direita perde eleições regionais na França
LUCAS NEVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS13/12/2015 17h42
O partido de extrema direita Frente Nacional (FN), líder de votos direita-vence-primeiro-turno-das-eleicoes-regionais-da-franca.shtml no primeiro turno das eleições regionais da França, não conseguiu levar nenhum dos 13 governos locais na etapa decisiva, neste domingo (13), um mês após os atentados em Paris.
A legenda, porém, ganha força em todo o país e sai com cacife calibrado para buscar a Presidência em 2017.
A coligação liderada pelo partido de centro-direita Republicanos (do ex-presidente Nicolas Sarkozy) conquistou sete regiões –aí incluídas as duas em que a FN tivera seu melhor desempenho uma semana antes, com mais de 40% dos votos.
A expectativa de Sarkozy, no entanto, era se impor em até dez regiões, para consolidar currais eleitorais que poderiam catapultá-lo de volta ao Eliseu daqui a três anos.
A frente encabeçada pelos socialistas (do presidente François Hollande), por sua vez, ficou com cinco regiões. Na Córsega, venceram os nacionalistas-independentistas.
Na primeira rodada de votação, no último dia 6, a FN, liderada por Marine Le Pen, havia ficado em primeiro lugar em seis das 13 regiões e alcançado uma façanha inédita em sua história: avançar à etapa decisiva em todas elas –o pré-requisito é ter ao menos 10% dos votos. O desempenho nacional da sigla no primeiro turno (28%) havia deixado para trás republicanos (27%) e socialistas (23%). Foi o melhor resultado da FN num pleito nacional até então.
Analistas atribuíram o feito a uma conjuntura de desemprego em alta, economia estagnada, crise migratória e duas séries de atentados terroristas perpetrados por extremistas islâmicos em território francês em menos de um ano –os do mês passado e os contra o jornal "Charlie Hebdo", em janeiro. A repressão à imigração é um dos pilares da legenda.
Mesmo não emplacando nenhum governo regional (as regiões francesas correspondem, em linhas gerais, aos Estados brasileiros), a sigla amealhou no segundo turno cerca de 30% dos votos em nível nacional, marca muito expressiva –no escrutínio regional anterior, em 2010, obtivera só 9%.
Na semana que separou as duas rodadas da eleição, os socialistas lançaram artilharia pesada contra a FN. O primeiro-ministro, Manuel Valls, disse que um eventual governo de extrema direita poderia conduzir o país à guerra civil e classificou de "enganação" a plataforma política da sigla opositora.
Nas regiões em que a legenda governista não passou para o segundo turno, líderes instaram eleitores a praticar o "voto republicano", anti-FN. Naquelas em que avançou, o PS se juntou a ecologistas e comunistas para engrossar seu eleitorado.
Em discurso após a divulgação dos primeiros resultados, Marine Le Pen disse que o "voto republicano" explicitava "as ligações ocultas entre os que dizem se opor uns aos outros, mas que, na verdade, enganam vocês [eleitores]".
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