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    França quer acelerar revisões das metas de redução de poluentes

    LEANDRO COLON
    MARCELO LEITE
    ENVIADOS ESPECIAIS A PARIS

    13/12/2015 21h39

    Depois de liderar o processo que celebrou o inédito acordo do clima no sábado (12), o governo francês agora pretende convencer os países a revisarem até 2020 suas metas de redução de poluentes, as chamadas INDCs.

    Este deve ser um dos principais debates para os próximos anos em torno do tema.

    Pelo documento aprovado pelos 195 países na COP21, o cenário global das metas será analisado a cada cinco anos, mas sem obrigar os países a melhorarem seus compromissos mesmo que o objetivo de limitar o aquecimento ao intervalo de 1,5º-2ºC não esteja sendo alcançado.

    Cientistas apontam que a soma de todas as INDCs levam a um aumento de ao menos 2,7ºC, ou seja, acima do que pede o Acordo de Paris.

    Em discurso no sábado, o presidente da França, François Hollande, afirmou que o país "atualizará" suas metas pelos próximos cinco anos, assim como proporá aos outros. "A França fará de tudo não só para aplicar este acordo, mas acelerá-lo", afirmou.

    RESISTÊNCIAS

    Especialistas e ONGs elogiam o resultado da cúpula em termos de ambições de queda de temperatura, mas destacam fraquezas que ameaçam seu cumprimento.

    O desejo do governo francês de estimular a revisão voluntária deve encontrar resistência em nações como EUA, China e Índia.

    Por outro lado, a França saiu fortalecida diplomaticamente da COP21 para tentar liderar essa campanha.

    Nos bastidores da conferência, debitava-se na conta do governo francês grande parte do sucesso em convencer os 195 países a aprovar o acordo, o primeiro que reúne todos os signatários da Convenção de 1992.

    Anfitriã e condutora do processo de negociação, a França teve a missão de coletar as propostas, intermediar as negociações, definir os ritos da conferência e formular as sugestões de texto final.

    O presidente da COP21, o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, escalou lideranças de outros países, entre elas a do Brasil, para intermediar como "facilitadores" as emperradas conversas.

    Foi dele a decisão de adiar de sexta para sábado o fim do encontro para buscar uma saída que não transformasse a reunião de Paris no fracasso da conferência de Copenhague, em 2009, quando não houve consenso.

    O secretário de Estado americano, John Kerry, classificou de "grande trabalho" o desempenho de Fabius.

    A assinatura formal do acordo está marcada para 22 de abril de 2016, em Nova York, no Dia da Terra, para vigorar a partir de 2020.

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