O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou nesta quinta-feira (17) por unanimidade uma resolução que reforça os mecanismos contra quem financia grupos terroristas internacionais.
A intenção é punir países e organizações que fornecem recursos a entidades como a facção terrorista Estado Islâmico, que tem como principais fontes de renda a venda clandestina de petróleo e antiguidades.
halil Ashawi - 16.dez.2015/Reuters | ||
Homem trabalha em refinaria improvisada em Idlib, na Síria; extração de petróleo é fonte de renda do EI |
A milícia é citada diretamente na resolução escrita por Estados Unidos e Rússia, que pede aos países para "atuar de forma enérgica e decisiva para cortar fundos e outros recursos econômicos" de que dispõe a organização.
No documento, a ONU ainda sugere aos países-membros a aprovação de leis que tornem crime grave o financiamento do terrorismo e a promoção do crescimento da troca de informações entre os governos sobre o tema.
A resolução tem como base uma ação do Conselho de Segurança lançada em fevereiro, em que proibiu o comércio de antiguidades da Síria, ameaçou com sanções a quem comprar petróleo ou pagar resgate a terroristas.
Para o secretário do Tesouro americano, Jack Lew, ainda é necessário definir que ações serão tomadas depois deste novo texto. "Nós precisamos de uma implementação real, coordenação e penalização aos infratores", disse.
A decisão foi comemorada pelo Ministério das Relações Exteriores francês, que vê a citação do Estado Islâmico e da Frente al-Nusra, ligada à rede terrorista Al Qaeda, como uma forma de reforçar o combate a estas entidades.
Tanto o Estado Islâmico quanto a Frente al-Nusra estavam incluídas desde 2013 na relação de grupos terroristas do Conselho de Segurança da ONU. Deste modo, países e demais financiadores poderiam ser punidos.
Ambos, porém, foram citados como vertentes da rede terrorista Al Qaeda. Com a saída do Estado Islâmico da rede, em 2014, criou-se um limbo sobre quem poderia financiar diretamente a milícia radical.
Segundo a ONU, cerca de 22 mil combatentes vindos de cem países estão ligados ao Estado Islâmico e às afiliadas da Al Qaeda no Iraque e na Síria.