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    Celebração de morte de bebê palestino por extremistas judeus choca Israel

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/12/2015 18h45

    Imagens de extremista judeus celebrando a morte de um bebê palestino queimado vivo ao lado dos pais na Cisjordânia em julho provocaram uma comoção em Israel, com a retomada do debate sobre a violência praticada por judeus.

    O vídeo, filmado há dez dias durante um casamento, mostra um grupo de jovens judeus ortodoxos dançando com armas de fogo e um coquetel molotov, que passa de mão em mão, ao mesmo tempo que destroem uma fotografia do bebê Ali Dawabsheh.

    Reuters
    Reprodução de vídeo mostra judeus dançando com armas na mão durante casamento; homem que aparece dentro de círculo vermelho estaria esfaqueando fotografia de bebê palestino morto em ataque
    Reprodução de vídeo mostra judeus dançando com armas na mão durante casamento; homem que aparece dentro de círculo vermelho estaria esfaqueando fotografia de bebê palestino morto em ataque

    A divulgação do vídeo também alimentou um debate sobre se o vazamento das imagens tinha o objetivo de pender a opinião pública a favor de um interrogatório mais rigoroso de vários suspeitos que estão sob custódia.

    O bebê de 18 meses foi queimado vivo ao lado dos pais no fim de julho na casa da família em Duma, no território ocupado da Cisjordânia.

    O vídeo, exibido na quarta-feira (23) pelo canal 10 israelense, também foi veiculado nos sites de notícias e nas redes sociais.

    Um porta-voz da polícia afirmou que a investigação foi aberta "há vários dias", depois que os serviços de segurança assistiram as imagens.

    O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, classificou as imagens de "chocantes", afirmando que o vídeo mostra "a face real de um grupo que representa perigo para a sociedade e a segurança israelenses".

    "Essas imagens ressaltam a importância para nossa segurança de que o Shin Beth (serviço de segurança interna) seja forte", completa a nota do premiê, em referência aos recentes protestos de um setor radical da direita israelense pelos métodos utilizados pelo Shin Beth contra judeus suspeitos do incêndio de Duma.

    O vídeo foi apreendido pela polícia no mesmo dia do casamento e enviado ao ministro israelense da Defesa, Mosheh Yaalon, que organizou uma reunião no início da semana com representantes dos colonos para exibir as imagens, indicou uma fonte do governo.

    Vários jovens suspeitos de pertencer a uma organização terrorista judaica e de participar em atentados foram detidos, segundo o Shin Beth.

    De acordo com a imprensa israelense, a noiva do casamento era uma conhecida militante de extrema direita israelense que já havia sido interrogada como suspeita em ações de "terrorismo judeu". Vários convidados eram amigos ou conhecidos de suspeitos detidos como parte da investigação.

    Vários líderes nacionalistas que pertencem à elite dos colonos denunciaram as imagens.

    A ministra da Educação e líder do partido nacionalista religioso Lar Judeu, Naftali Bennett, partidária da colonização, afirmou em um vídeo publicado em sua página no Facebook que se tratavam de "terroristas cujo objetivo é desmantelar o Estado de Israel".

    "A morte a sangue frio de inocentes é desprezível, assim como a celebração de um ato como este", disse a ministra adjunta das Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, integrante do Likud, o partido de direita de Netanyahu, conhecida por suas declarações nacionalistas e por sua oposição à criação de um Estado palestino.

    MORTES NA CISJORDÂNIA

    Forças israelenses mataram quatro palestinos em diferentes incidentes na Cisjordânia nesta quinta-feira (24), disse o Exército, em meio à onda de violência que tomou as ruas e já dura 12 semanas, sem sinais de arrefecimento.

    No mais recente episódio, um palestino com uma faca feriu dois guardas perto de um assentamento judaico na Cisjordânia e acabou sendo morto a tiros, segundo o Exército.

    Em outros locais da Cisjordânia, outro palestino foi morto a tiros ao tentar golpear um soldado com uma chave de fenda, e um terceiro depois de ferir um soldado em um ataque com carro.

    Perto de Qalandia, na Cisjordânia, soldados israelenses que realizavam uma prisão dispararam em dois palestinos que atiraram contra eles em meio a uma multidão de manifestantes que arremessavam pedras e coquetéis molotov. Médicos locais disseram que um palestino foi morto e seis feridos. O Exército afirmou que dois soldados foram feridos no incidente.

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