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    Enchentes forçam remoção de mais de 150 mil pessoas na América do Sul

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
    DE PORTO ALEGRE

    25/12/2015 19h31 - Atualizado às 23h34

    Enchentes no Paraguai, Uruguai e Argentina causaram a morte de pelo menos oito pessoas e a remoção de mais de 150 mil de suas casas.

    As chuvas também desalojaram 1.545 famílias no Rio Grande do Sul, segundo a Defesa Civil.

    No Paraguai, o rio Paraguai subiu quase 7,7 metros depois de semanas de chuvas torrenciais e está no nível mais alto dos últimos 20 anos. Segundo o governo paraguaio, mais de 90 mil pessoas tiveram de deixar suas casas só em Assunção, a capital do país. Muitos passam a noite em abrigos improvisados nas ruas e praças e grande parte da cidade está sem eletricidade.

    De acordo com a Agência de Informação Paraguaia, quatro pessoas morreram em acidentes em decorrência das chuvas.

    Andrés Cristaldo Benítez/Efe
    ASU01-ASUNCIÓN (PARAGUAY), 25/12/2015.- Paraguayos vistos hoy, viernes 25 de diciembre de 2015, movilizándose en una canoa por una de las calles de un barrio de Asunción (Paraguay). Los refugios que alojan a miles de vecinos desplazados por las crecidas del río Paraguay se han convertido en parte del paisaje navideño de Asunción, un decorado que tiene uno de sus escenarios en el centro histórico, entre la Catedral y el edificio colonial del antiguo Cabildo. Son centenares las familias que han hecho de ese espacio su lugar desde hace unas dos semanas, cuando el río comenzó a crecer y con ello el éxodo de los habitantes de la Chacarita y de los Bañados, los barrios más golpeados por las inundaciones. Hasta la fecha hay unos 90.000 evacuados, de los cuales unos 10.000 viven en esa situación desde la crecida del 2014, que dejó más de 80.000 desplazados. EFE/ANDRÉS CRISTALDO BENÍTEZ ORG XMIT: ASU-01
    Afetados pelas enchentes se deslocam por embarcações em Assunção

    O governo prevê que outras milhares de pessoas serão afetadas nas próximas horas por causa da cheia do rio Paraná e outros rios. As comunidades vivendo em favelas em áreas baixas são as mais atingidas e muitos desabrigados montaram barracas em terrenos mais altos.

    O presidente Horacio Cartes decretou estado de emergência na semana passada e deu autorização para o governo gastar US$ 3,5 milhões em assistência para as famílias desabrigadas. Em todo o país, mais de 130 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas.

    "O rio está muito acima do nível considerado crítico para que nós façamos as remoções. E a previsão é de que continuem a subir, precisamos nos preparar para receber mais desabrigados", disse Joaquín Roa, titular da Secretaria de Emergência Nacional.

    Na Argentina e no Uruguai, as cheias levaram à remoção de mais de 20 mil pessoas, sendo 15 mil em cinco províncias do noroeste argentino, principalmente Entre Ríos, Corrientes e Chaco.

    As enchentes deixaram dois mortos: um homem se afogou em uma zona inundada em Concórdia e um menino de 13 anos morreu eletrocutado em Corrientes.

    No Uruguai, mais de 6.600 pessoas abandonaram suas casas no norte do país e quatro departamentos foram declarados zona de emergência, segundo o governo. Duas pessoas morreram afogadas.

    BRASIL

    As fortes chuvas também atingem o lado brasileiro da fronteira. No Rio Grande do Sul, subiu para 12 o número de municípios gaúchos que decretaram situação de emergência. Tempestades atingem o interior do Estado desde a semana passada.

    Boletim da Defesa Civil divulgado nesta sexta afirma que 1.545 famílias tiveram que deixar suas casas por causa das enchentes no Estado e aponta um total de 38 municípios atingidos.

    Daniel Badra/Agência Freelancer/Folhapress
    URUGUAIANA, RS - 25.12.2015: CLIMA-RS - O volume acumulado de mais de 500 milímetros de chuvas em menos de uma semana, na Fronteira Oeste, mantém o nível de rios em elevação, mesmo com tempo seco nas últimas horas desta sexta-feira. A enchente é a quinta e a pior deste ano na região de Uruguaiana Daniel Badra/Agência Freelancer/Folhapress) ***PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS***
    Moradores em enchente em Uruguaiana (RS)

    O maior número de desabrigados e desalojados está em Uruguaiana, na fronteira do Brasil com a Argentina, com 337 famílias fora de casa. Segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a chuva acumulada em dezembro foi mais do que o dobro da esperada para o mês no município.

    Em Quaraí, a cheia do rio que separa o Brasil e o Uruguai chegou a provocar a interdição da ponte que liga os dois países, que já foi reaberta.

    Também há cidades em emergência no noroeste gaúcho e na região central do Estado. As chuvas causaram alagamentos e quedas de barreira em estradas da região. A BR-472, uma das principais da região de Uruguaiana, foi interditada nesta sexta por causa da cheia do rio Ibicuí.

    A Defesa Civil afirma que está providenciando cestas básicas e cobertores para os atingidos. Também diz que está vistoriando áreas e auxiliando as prefeituras no levantamento de informações sobre os prejuízos.

    O órgão diz ainda que os desalojados já começam a voltar a suas casas porque a chuva deu uma trégua nas regiões atingidas nesta sexta-feira, mas a previsão aponta possibilidade de mais chuva no fim de semana.

    Segundo o governo do Rio Grande do Sul, 150 pessoas que haviam sido desalojadas em Santana do Livramento voltaram às suas casas.

    De acordo com a gestão José Ivo Sartori (PMDB), as previsões para os próximos dias indicam tempo bom e, assim, as famílias poderão retornar às suas residências em outras cidades do Estado atingidas pelas chuvas.

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