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    Paraguai decreta remoção de cidade inteira devido a enchentes, veja vídeo

    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES

    26/12/2015 20h02

    Enchentes no rio Paraguai

    Vídeo mostra enchentes no rio Paraguai, entre Alberdi (à esquerda do rio, no início do vídeo), no Paraguai, e Formosa (com prédios, na outra margem), na Argentina

    As cheias no rio Paraguai fizeram o governo paraguaio decretar a remoção de todos os 7.000 habitantes de uma cidade na fronteira com a Argentina, neste sábado (26).

    A cidade de Alberdi, 150 quilômetros ao sul de Assunção, fica em uma curva do rio Paraguai. Acostumados com as cheias, os ribeirinhos mantêm muros de contenção das águas. Mas, neste ano, a força da correnteza está maior e a defesa ficou comprometida, segundo informou o governo.

    As chuvas típicas de verão, que enchem as águas dos rios no Paraguai e na Argentina nesta época do ano, foram intensificadas pelo fenômeno do El Niño, que aumenta a umidade na parte sul do continente.

    O país mais afetado é o Paraguai, onde 18 mil famílias estão desalojadas só na capital, Assunção. São cerca de 91 mil pessoas que vivem em áreas ribeirinhas tiveram que deixar suas casas. Mas as cheias também comprometem cidades da Argentina, Brasil e Uruguai.

    Andrés Cristaldo Benítez/Efe
    ASU01-ASUNCIÓN (PARAGUAY), 25/12/2015.- Paraguayos vistos hoy, viernes 25 de diciembre de 2015, movilizándose en una canoa por una de las calles de un barrio de Asunción (Paraguay). Los refugios que alojan a miles de vecinos desplazados por las crecidas del río Paraguay se han convertido en parte del paisaje navideño de Asunción, un decorado que tiene uno de sus escenarios en el centro histórico, entre la Catedral y el edificio colonial del antiguo Cabildo. Son centenares las familias que han hecho de ese espacio su lugar desde hace unas dos semanas, cuando el río comenzó a crecer y con ello el éxodo de los habitantes de la Chacarita y de los Bañados, los barrios más golpeados por las inundaciones. Hasta la fecha hay unos 90.000 evacuados, de los cuales unos 10.000 viven en esa situación desde la crecida del 2014, que dejó más de 80.000 desplazados. EFE/ANDRÉS CRISTALDO BENÍTEZ ORG XMIT: ASU-01
    Pessoas usam barcos para se deslocar em bairro inundado de Assunção

    Autoridades paraguaias e argentinas visitaram as áreas afetadas neste sábado.

    As famílias de Alberdi, segundo o governo do Paraguai, não serão retiradas à força, pois está sendo feito um trabalho de convencimento. Até o momento, cerca de 110 famílias, moradoras das zonas mais baixas da cidade, aceitaram deixar suas casas. Elas deverão ser alojadas em Formosa, cidade argentina que fica do outro lado do rio Paraguai. As demais estão sendo aconselhadas a, pelo menos, ir para partes altas da região.

    LIMITE

    No município paraguaio de Pilar, que também fica na beira do rio Paraguai, as águas subiram mais de 9 metros e, com as chuvas, espera-se que ultrapasse a barreira dos 10 metros nas próximas horas.

    As barreiras de contenção ali ainda estão preservadas, informou o governo. Mas o ministro de Obras Públicas, Ramón Gaona, em passagem pela região, afirmou à imprensa local que a situação "está no limite".

    Além da cheia, uma tempestade com ventos na noite da última quinta (24), derrubou 26 torres de alta tensão na cidade, comprometendo o fornecimento de energia na maior parte do departamento de Ñeembucú, extremo sul do país, no qual vivem quase 80 mil pessoas e onde o rio Paraguai conflui com o rio Paraná.

    Também Assunção ficou sem energia neste sábado, após uma nova tempestade na capital.

    Países afetados pelas enchentes
    Países afetados pelas enchentes

    Na Argentina, cinco províncias do norte do país estão sofrendo com enchentes, que mataram duas pessoas, uma delas um adolescente de 13 anos.

    O presidente Mauricio Macri interrompeu as férias para visitar a cidade mais afetada, Concórdia, na província de Entre Ríos, neste domingo (27). Com 190 mil habitantes, a cidade registrou o maior número de desalojados na Argentina, metade dos 20 mil que deixaram suas casas em todo o país.

    Autoridades argentinas afirmam que se trata da pior enchente em 50 anos em Entre Ríos, onde o rio Uruguai já subiu mais de 14 metros.

    No Uruguai, segundo o Sistema de Nacional de Emergências, 9.083 estavam desalojadas neste sábado.

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