O Exército iraquiano declarou neste domingo (27) ter retomado o controle de Ramadi, que havia sido ocupada pela facção terrorista Estado Islâmico (EI) em maio.

Se confirmada, essa será uma das mais importantes vitórias das forças iraquianas contra a milícia. Ramadi, capital da província de Anbar, de maioria sunita e às margens do rio Eufrates, tinha sido a maior conquista dos terroristas no Iraque neste ano.

"Todos os combatentes do Daesh (acrônimo em árabe do EI) partiram. Não há resistência", declarou à AFP o porta-voz Sabah al-Numan.

O governo americano, que treina as tropas iraquianas, contudo, não havia confirmado a retomada da estratégica cidade, a 110 km de Bagdá, até a noite deste domingo.

Os militares iraquianos teriam tomado o complexo governamental de Ramadi, um dos últimos bastiões do EI na cidade. As forças chegaram às portas do complexo após tomar três edifícios próximos, contou à AFP Raja Barakat, membro do conselho provincial de Anbar.

Centenas de armadilhas e explosivos espalhados pela cidade combinados com kamikazes e franco-atiradores dificultaram a tomada completa da cidade, seis dias depois do início da ofensiva.

Na última semana, antes de entrar em Ramadi, os militares lançaram, de aviões, panfletos pedindo que os moradores deixassem a cidade.
Agora, as forças iraquianas planejam a retomada de Mossul (norte), o maior centro populacional sob controle do EI no Iraque e na Síria.

OFENSIVA

O complexo governamental era um dos últimos bastiões do EI na grande cidade. As forças de elite antiterroristas e as tropas armadas respaldadas por bombardeios do Exército iraquiano e da coalizão liderada pelos Estados Unidos superavam aos poucos combatentes do EI.

Uma vitória em Ramadi melhora a imagem do Exército iraquiano, que recebeu muitas críticas depois de perder grande parte do território para extremistas em junho de 2014.

Centenas de famílias conseguiram chegar a campos de refugiados da província e outras preferiram ir a Bagdá.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), os habitantes de Anbar representam um terço dos 3,2 milhões de iraquianos expulsos de seus locais desde junho de 2014.

As forças governamentais resistiram meses em Ramadi até perdê-la definitivamente para o EI em maio de 2015.