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    Obama anunciará plano que aumenta controle de armas

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    04/01/2016 20h22

    Em sua primeira ação oficial de seu último ano no cargo, o presidente Barack Obama irá apresentar um pacote de medidas destinadas a aumentar o controle de armas nos Estados Unidos.

    Para driblar a resistência do Congresso, controlado pela oposição, as regras farão parte de uma série de ordens executivas, que não passam pela aprovação do Legislativo.

    As novas medidas devem incluir um registro mais rigoroso do histórico dos compradores de armas e a ampliação da exigência de licenças para os vendedores.

    Nesta segunda (4), Obama se reuniu com a secretária de Justiça, Loretta Lynch, para fechar o pacote, que será divulgado "nos próximos dias", segundo Obama.

    Kevin Lamarque/Reuters
    O presidente dos EUA, Barack Obama, em reunião com a secretária de Justiça do país, Loretta Lynch
    O presidente dos EUA, Barack Obama, em reunião com a secretária de Justiça do país, Loretta Lynch

    Uma das preocupações da Casa Branca é que as medidas sejam elaboradas de forma a resistir aos prováveis questionamentos na Suprema Corte.

    O argumento dos opositores é que as restrições contrariam a segunda emenda da Constituição, que garante o direito de todos os cidadãos a terem armas.

    Após o encontro com Lynch, Obama cobrou ação do Congresso e disse que seu governo estava estudando medidas "para evitar que armas caiam nas mãos erradas".

    O presidente afirmou que elas serão "coerentes" com a segunda emenda, reconhecendo a "longa tradição de posse de armas" nos EUA.

    "Estas não são apenas recomendações que estão dentro da minha autoridade e do Executivo. Elas são o que a grande maioria dos americanos, incluindo os donos de armas, apoiam e acreditam."

    O fracasso na aprovação de leis de restrição mais rígidas é uma das frustrações de Obama em sete anos como presidente, especialmente após um ano marcado por vários massacres.

    Segundo o site ShootingTracker, que monitora os incidentes, em 2015 houve 372 ataques de atiradores, com 475 mortos e 1.870 feridos.

    CRÍTICAS

    O prenúncio do pacote despertou fortes críticas dos republicanos. Para o presidente da Câmara, Paul Ryan, as medidas representam um "perigoso" excesso no uso do Poder Executivo do presidente.

    "As propostas [de Obama] para restringir o direito de ter armas foram debatidas no Senado dos Estados Unidos e foram rejeitadas. Nenhum presidente deveria poder reverter um fracasso legislativo por ordem executiva", disse.

    Líder na corrida republicana à Casa Branca, o bilionário Donald Trump, como de hábito, foi mais longe, debochando de Obama e acusando-o de ter um plano para banir completamente as armas.

    "Daqui a pouco já não poderemos ter armas", disse. Para o empresário, Obama é preguiçoso demais para negociar com o Congresso. "Ele não quer trabalhar muito. Prefere voltar a jogar golfe."

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