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    No 'NYT', Obama diz que só apoiará democrata pró-controle de armas

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    07/01/2016 22h52

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, só apoiará candidatos a sua sucessão que sejam favoráveis ao controle de armas no país.

    A afirmação foi feita em artigo do presidente publicado nesta quinta (7) pelo jornal "The New York Times". No texto, ele reforça a iniciativa lançada nesta semana pelo governo, com novas medidas destinadas a tornar mais seguro o comércio de armas.

    "Eu não farei campanha, nem darei meu voto ou apoio a nenhum candidato, mesmo do meu partido, que não apoie uma reforma de bom senso para o uso de armas", escreveu o presidente em seu artigo.

    "E, se os 90% de americanos que apoiam essas reformas de bom senso se juntarem a mim, nós elegeremos a liderança que merecemos."

    O debate sobre os limites ao uso e comércio de armas de fogo é altamente politizado nos EUA. E com o Congresso controlado pela oposição republicana, Obama não conseguiu passar as reformas que propôs.

    A um ano de deixar o cargo, restou-lhe anunciar medidas de caráter executivo, que não passam pelo Legislativo. No anúncio, chegou às lágrimas ao lembrar de crianças mortas em um massacre.

    A principal medida busca aumentar o controle de antecedentes dos compradores de armas, fechando as brechas que existem hoje e permitem o comércio sem monitoramento em esferas como feiras ou transações pela internet.

    Os republicanos rejeitam as medidas, sob o argumento de que violam a segunda emenda da Constituição, que garante o direito a ter armas.

    Obama ressaltou no artigo para o "The New York Times" que a violência provocada por armas é "responsabilidade de todos", buscando afastar-se da polarização que cerca o assunto.

    "A epidemia da violência com armas em nosso país é uma crise. Mortes e ferimentos por armas constituem uma das maiores ameaças à saúde pública e à segurança dos americanos", diz o artigo de Obama. "A cada ano, mais de 30 mil americanos têm suas vidas encurtadas por armas".

    O artigo no jornal mais importante do país é mais uma peça da ofensiva de relações públicas de Obama para promover seu pacote de medidas de controle de armas.

    Na noite desta quinta, Obama participaria de um debate ao vivo na rede de TV CNN com participação do público focado no tema das armas.

    No programa, ele reiterou que respeita o direito constitucional que os americanos têm de possuir armas e que as medidas que propõe são "modestas e de bom senso".

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