O ator norte-americano Sean Penn disse não ter nenhum arrependimento em relação à visita clandestina que fez para entrevistar o narcotraficante mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán.
Em uma breve troca de emails com a agência de notícias Associated Press, Penn foi questionado sobre imagens publicadas nesta segunda-feira (11) na mídia mexicana que parecem mostrar autoridades observando o ator e a atriz Kate Del Castillo, que mediou o encontro, antes da visita de outubro a Guzmán.
"Não tenho nada a esconder", escreveu Sean Penn.
Guzmán foi preso na última sexta-feira (8), mais de três meses depois do encontro que manteve com o ator norte-americano em 2 de outubro no centro do México e seis meses depois de fugir da prisão.
Penn não respondeu diretamente às questões sobre se era apropriado ele ter apresentado a entrevista para ser aprovada por Guzmán antes de sua publicação pela revista "Rolling Stone".
Ele também não respondeu se obteve informações adequadas e medidas de segurança operacionais para proteger sua fonte.
O jornal mexicano "El Universal" publicou dez fotos que parecem mostrar Penn e Del Castillo chegando ao aeroporto em outubro e cumprimentando os homens que os teriam transportado até uma pequena pista, da qual decolaram para uma área de floresta para se encontrar com Guzmán.
Parece que as fotos foram tiradas de uma longa distância, com teleobjetivas. O jornal afirmou que o material faz parte de um arquivo de inteligência do governo mexicano.
Pessoas com aparência muito semelhante a Penn e Del Castillo são vistas com óculos escuros e, no caso do homem, com um boné de beisebol.
O jornal diz que os documentos de inteligência indicam que agentes mexicanos vinham fotografando Del Castillo desde seu primeiro encontro com advogados de Guzmán na cidade de Guadalajara, em 16 de junho.
| Reprodução/ Jornal "El Universal" | ||
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| Atores Sean Penn e Kate Del Castillo são fotografados antes de encontro com "El Chapo" |
EXTRADIÇÃO
O México deu início neste domingo (10) ao processo de extradição para os Estados Unidos de Guzmán.
O chefe do cartel de Sinaloa foi formalmente notificado pelas autoridades mexicanas de que é procurado pela Justiça americana.
O processo de extradição deverá durar pelo menos um ano, informou José Manuel Merino Madrid, diretor de Assuntos Internacionais da Procuradoria-Geral da República, em entrevista à Rádio Fórmula.