• Mundo

    Friday, 03-May-2024 18:03:03 -03

    Declínio dos EUA é 'ficção', diz Obama em último discurso do Estado da União

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    13/01/2016 00h50 - Atualizado às 01h14

    Em seu último discurso do Estado da União, o presidente norte-americano, Barack Obama rebateu as críticas a seu governo, afirmando que falar em declínio dos Estados Unidos equivale a "ficção".

    "Os Estados Unidos são a nação mais poderosa da Terra. Ponto", disse Obama.

    "Nós temos mais gastos militares do que as oito nações seguintes somadas. Nossas tropas são a melhor força de combate da história do mundo. Nenhuma nação ousa nos atacar ou a nossos aliados porque sabem que seria o caminho para a ruína."

    O presidente pareceu responder aos ataques que tem recebido dos opositores republicanos, intensificados em meio à corrida presidencial deste ano.

    Evan Vucci/AFP
    Obama faz discurso do Estado da União; atrás, o vice Joe Biden e o presidente da Câmara, Paul Ryan
    Obama faz discurso do Estado da União; atrás, o vice Joe Biden e o presidente da Câmara, Paul Ryan

    A três semanas do início das primárias que escolherão os candidatos dos partidos à Casa Branca, Obama também usou o discurso mais importante do ano para pedir aos americanos que rejeitem a polarização crescente e se adaptem à era de "mudanças extraordinárias" no mundo.

    Na tradicional sessão anual para as duas casas do Congresso, Obama relembrou êxitos de seu governo, como a recuperação econômica, e procurou projetar uma visão de futuro antes da largada oficial para a campanha à sua sucessão na Casa Branca.

    Para o presidente, um futuro próspero e seguro está ao alcance, mas depende de união e da capacidade de manter "debates racionais e construtivos".

    Ao longo de seu governo, Obama manteve uma relação de hostilidade com a oposição, e seu Partido Democrata raramente obteve aval para avançar projetos no Congresso. Bipartidarismo virou artigo raro.

    Para destravar o antagonismo, é preciso "consertar a política", defendeu Obama.

    "Uma política melhor não significa que temos de concordar em tudo. Este é um grande país, com diferentes regiões, atitudes e interesses."

    "Esta também é uma de nossas forças. Nossos fundadores distribuíram poder entre os Estados e ramos do governo e contaram conosco para discutir, como eles fizeram, o tamanho e a forma do governo, comércio e relações exteriores, sobre o significado de liberdade e os imperativos da segurança", disse.

    Antes do discurso, assessores de Obama afirmaram que o presidente deixaria de lado a tradicional lista de projetos que gostaria de ver aprovados, já que a chance de cooperação dos republicanos é mínima, e apresentar uma visão política mais abrangente.

    "Vivemos uma era de extraordinária mudança, que redesenha a forma como vivemos, trabalhamos, nosso planeta e nosso lugar no mundo", disse o presidente. "Queiramos ou não, o ritmo dessa mudança vai acelerar."

    DISCURSOS DO ESTADO DA UNIÃO DE OBAMA - O que o presidente dos EUA prometeu nas seis vezes que falou no Congresso

    CONVIDADOS

    Entre os convidados especiais da Casa Branca para o discurso deste ano havia um refugiado sírio, um ex-imigrante ilegal que lutou pelo Exército americano e o autor da ação que levou a Suprema Corte a legalizar o casamento gay.

    Na tribuna de honra ao lado da primeira-dama, Michelle Obama, uma cadeira ficou vazia, em memória às vítimas de armas de fogo. Michelle arrancou longos aplausos ao entrar na Câmara de vestido amarelo.

    Mais que uma tradição, o discurso é um dever presidencial. Segundo a Constituição, o presidente deve informar o Congresso sobre o Estado da União "de tempos em tempos". Embora a periodicidade não seja estipulada, virou praxe que o evento ocorra no começo de cada ano.

    Por mais de um século, a mensagem era enviada por escrito ao Legislativo, até que o presidente Woodrow Wilson retomou a tradição dos discursos, em 1913.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024