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    Turquia prende suspeitos por ataque em Istambul e membros do EI

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    13/01/2016 10h16 - Atualizado às 17h29

    A polícia da Turquia prendeu nesta quarta-feira (13) cinco suspeitos de ter conexão com o atentado suicida em um bairro turístico de Istambul, que deixou ao menos dez mortos e 15 feridos, sendo a maioria estrangeiros.

    Também nesta quarta, a polícia turca também prendeu 13 supostos membros da facção radical Estado Islâmico (EI), incluindo três russos, que foram detidos na cidade costeira de Antalya. A Chancelaria russa confirmou as prisões. Os dez demais suspeitos foram presos nas cidades de Izmir e Konya.

    Na terça, foram presos 59 supostos membros do EI. As autoridades, porém, afirmam que não parece haver relação entre esses 72 presos com o atentado de terça-feira (12) no bairro histórico de Sultanahmet.

    Em coletiva, o ministro do Interior da Turquia, Efkan Ala, disse nesta quarta que um dos suspeitos relacionados ao ataque foi detido na noite de terça em Istambul. Ele não deu mais detalhes sobre a prisão.

    De acordo com a mídia turca, a polícia prendeu brevemente uma mulher suspeita de relação com os ataques durante uma operação em um bairro rico de Istambul. Não ficou claro se Ala se referia a essa mulher quando anunciou a primeira detenção do dia relacionada aos atentados.

    Segundo o jornal "Hurriyet", a mulher foi detida por causa de um celular —que ela teria roubado— que foi usado pelo homem-bomba que se explodiu em Istambul. Ela foi solta após ser interrogada.

    Horas depois, o premiê Ahmet Davutoglu anunciou a prisão de outras quatro pessoas como parte da investigação.

    O governo turco responsabilizou o EI pelo ataque em Sultanahmet, epicentro de turistas e abrigo de importantes elementos da história da Turquia. A facção terrorista, porém, não reivindicou o atentado.

    As autoridades disseram que o ataque foi lançado por um homem-bomba de nacionalidade síria nascido em 1988. A mídia turca identificou o suicida como Nabil Fadli, nascido na Arábia Saudita.

    O ministro do Interior disse na coletiva que as digitais do terrorista haviam sido registradas pelas autoridades de imigração, mas acrescentou que ele não estava na lista de indivíduos procurados pela Turquia e por outros países.

    O premiê reafirmou nesta quarta que o terrorista tinha vínculos com o EI, mas declarou que outros grupos podem estar por trás do ataque e estariam usando a facção extremista como um "peão".

    Além disso, o ministro da Justiça, Bekir Bozdag, disse que as autoridades estão trabalhando para identificar as pessoas próximas ao homem-bomba. Ele se recusou a fornecer detalhes sobre a investigação.

    Atentado em Istambul

    VÍTIMAS ALEMÃS

    A Chancelaria da Alemanha elevou nesta quarta de nove para dez o número de cidadãos do país mortos no ataque. Não está claro se cresceu o número total de dez mortos originalmente anunciado pela Turquia.

    Sawsan Chebli, porta-voz da Chancelaria, informou que sete alemães feridos no incidente ainda estão no hospital, incluindo cinco sob tratamento intensivo.

    Em visita a Istambul, o ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maiziere, disse não haver indícios de que o atentado tinha cidadãos alemães como alvos específicos.

    "De acordo com as investigações feitas até agora, não há evidências de que o ataque tenha sido dirigido especificamente contra alemães, então não pode haver conexão com nossa contribuição no combate ao terrorismo internacional", declarou De Maiziere na coletiva de imprensa, ao lado de seu colega turco.

    A Alemanha oferece ajuda militar à coalizão internacional que realiza ataques aéreos contra posições do EI na Síria e no Iraque, mas não participa diretamente dos combates.

    Veja vídeo

    Recentemente, milicianos do EI realizaram ataques contra cidadãos de países que participam dos bombardeios, como Rússia e França.

    Em outubro, membros de uma filial do EI no Egito plantaram uma bomba em uma avião da companhia russa Metrojet, matando 224 pessoas. No mês seguinte, atiradores e homens-bomba ligados ao EI mataram 130 pessoas em diferentes pontos da capital francesa.

    A Turquia, que participa da coalizão, também foi alvo de ataques atribuídos ao EI nos últimos meses. Em julho, um atentado em Suruç, perto da fronteira com a Síria, deixou ao menos 30 mortos. Em outubro, explosões mataram cem pessoas durante uma manifestação em Ancara. Em ambos os ataques, os alvos foram militantes curdos e membros da oposição turca.

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