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    Violência 'assombrosa' no Iraque matou mais de 18 mil civis, diz ONU

    DE SÃO PAULO

    19/01/2016 11h24

    A ONU (Organização das Nações Unidas) alertou que a violência no Iraque continua "assombrosa", sendo que mais de 18 mil civis morreram e outros 36 mil ficaram feridos entre janeiro de 2014 e outubro de 2015.

    Em relatório publicado nesta terça-feira (19), a ONU também disse que o conflito provocou o deslocamento de 3,2 milhões de pessoas no período, dentre as quais 1 milhão de crianças em idade escolar.

    Rodi Said - 11.ago.2014/Reuters
    Displaced people from the minority Yazidi sect, fleeing violence from forces loyal to the Islamic State in Sinjar town, walk towards the Syrian border on the outskirts of Sinjar mountain near the Syrian border town of Elierbeh of Al-Hasakah Governorate in this August 11, 2014 file photo. The Islamic State, which had declared a caliphate in parts of Iraq and Syria, prompted tens of thousands of Yazidis and Christians to flee for their lives during their push to within a 30-minute drive of the Kurdish regional capital Arbil. REUTERS/Rodi Said/Files (IRAQ - Tags: POLITICS CIVIL UNREST TPX IMAGES OF THE DAY) ATTENTION EDITORS - THIS PICTURE IS PART OF PACKAGE '30 YEARS OF REUTERS PICTURES' TO FIND ALL 56 IMAGES SEARCH '30 YEARS' ORG XMIT: FTF55
    Membros da minoria Yazidi fogem do EI

    A região mais afetada pela violência foi a província de Bagdá, que registrou quase 1.800 mortos e 4.300 feridos entre maio e outubro de 2015, período em que agentes da ONU fizeram o relatório. Os números correspondem a cerca de metade do total de mortos e feridos registrados em todo o país no período.

    A ONU aponta que os índices podem ser ainda maiores, porque não se sabe o número de pessoas atingidas por efeitos secundários do conflito, como escassez de comida, água e atendimento médico.

    ESTADO ISLÂMICO

    Nos últimos anos, voltou a crescer a violência sectária no Iraque, estimulada pela ascensão da milícia radical Estado Islâmico (EI), que declarou em junho de 2014 um califado em partes do país e da vizinha Síria.

    VIOLÊNCIA ASSOMBROSA - Número de mortes violentas no Iraque retorna a patamares da guerra, segundo dados da ONU

    O relatório aponta que o EI cometeu diversos crimes contra a população civil, incluindo execuções públicas, recrutamento de crianças soldado e a escravização e a exploração sexual de crianças e mulheres.

    A ONU estima que cerca de 3.500 pessoas permaneçam escravizadas pelos terroristas, sendo a maioria delas crianças e mulheres da minoria religiosa yazidi.

    "O EI continua a mirar deliberadamente comunidades étnicas e religiosas por meio de uma série de abusos e crimes como parte de sua política de supressão, expulsão e eliminação dessas comunidades, empregando a violência sexual como tática de guerra", diz o relatório.

    O documento também documenta violações de direitos humanos cometidas pelas Forças Armadas iraquianas, por milícias aliadas e pelas tropas peshmerga, da minoria curda. Dentre as violações citadas, há bombardeios contra civis e restrições de movimento pelo país.

    "Este relatório joga luz sobre o persistente sofrimento dos civis no Iraque e ilustra duramente aquilo de que tentam escapar refugiados iraquianos quando fogem para a Europa e outras regiões. Este é o horror que eles enfrentam em sua terra", declarou o alto-comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein.

    Embora os índices de violência contra civis apontados pela ONU sejam alarmantes, continuam abaixo dos registrados durante o pico dos conflitos sectários no Iraque, entre 2006 e 2007.

    O documento de 35 páginas foi produzido pelo Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos (Acnudh) e pela Missão de Assistência da ONU para o Iraque (UNAMI).

    Estado Islâmico

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