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    Ministros se negam a participar de sabatina sobre decreto de Maduro

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    21/01/2016 23h19

    Os ministros da área econômica do governo venezuelano se negaram nesta quinta-feira (21) a ser questionados pelo Parlamento –agora sob controle opositor– a respeito do decreto de emergência econômica solicitado pelo presidente Nicolás Maduro.

    Eles alegaram que queriam uma sabatina a portas fechadas, e não aberta à imprensa, como defendia a oposição em nome da transparência.

    Miraflores Palace/Handout/Reuters
    Venezuela's President Nicolas Maduro speaks during a meeting with entrepreneurs and representatives of the productivity sector in Caracas, in this handout picture provided by Miraflores Palace on January 19, 2016. The words in the back read, "Economic emergency"
    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa a empresários em Caracas na terça-feira (19)

    A sabatina era parte do processo de avaliação, por uma comissão mista da Assembleia Nacional, do decreto com o qual Maduro pretende atribuir-se por 60 dias poderes especiais que incluem amparo jurídico para expropriar bens privados e restrições no acesso à moeda.

    O Parlamento tem até a noite desta sexta-feira (22) para aprovar, rejeitar ou pedir alterações ao decreto, que foi anunciado pelo governo como solução contra o desabastecimento generalizado e a inflação de três dígitos.

    O vice-presidente da república, Aristóbulo Isturiz, justificou o boicote à sessão dizendo que assuntos sensíveis relacionados à grave crise econômica não têm vocação para ser debatidos em público.

    "Não vamos nos prestar a um show midiático. Aqui ninguém é palhaço", afirmou.

    O presidente da Assembleia Nacional, o opositor Henry Ramos Allup, disse que a decisão dos chavistas é um desacato e uma violação da Constituição sujeita a sanções.

    A lei sobre o Regime de Comparecimento de Funcionários Públicos e Particulares diante da Assembleia Nacional prevê multa e até suspensão do cargo para quem descumprir convocações do Parlamento, cujas prerrogativas incluem fiscalizar poderes da república.

    "As cifras e informações que [a equipe econômica] deveria dar ao país são tão graves ao ponto de quererem mantê-las em segredo, o que é inútil já que elas serão conhecidas de todo modo", afirmou Ramos Allup.

    Ele disse que a avaliação do decreto continuará sem depoimento da equipe econômica.

    O embate entre oposição e governo tomou proporções inéditas desde que o antichavismo conquistou ampla maioria do Parlamento na eleição de dezembro.

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