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    Violência faz Haiti adiar eleição presidencial de domingo

    DA REUTERS

    22/01/2016 22h21

    O Conselho Eleitoral do Haiti anunciou nesta sexta (22) o adiamento do segundo turno da eleição presidencial, que estava marcado para este domingo (24), após a eclosão de violentos protestos e a ameaça do candidato da oposição de boicotar o pleito.

    O presidente do conselho, Pierre-Louis Opont, disse que o pleito será adiado por razões de segurança, mas não definiu nova data para que ele ocorra.

    O anúncio do adiamento foi recebido com festa pelos manifestantes nas ruas da capital, Porto Príncipe. Logo depois, porém, houve novos choques entre a polícia e participantes dos protestos, que incendiaram pelo menos um carro e queimaram pneus.

    A polícia, por sua vez, atirou em um grupo de pessoas que agrediam um homem acusado de disparar contra elas. O número de feridos nos confrontos desta sexta-feira na capital não foi divulgado.

    Hector Retamal/AFP
    Manifestantes de oposição ao governo haitiano queimam pneus em protesto na capital, Porto Príncipe
    Manifestantes de oposição ao governo haitiano queimam pneus em protesto na capital, Porto Príncipe

    O candidato de oposição à Presidência haitiana, Jude Célestin, alega ter havido fraude no primeiro turno, realizado em outubro, em favor do candidato do governo, o empresário e exportador de bananas Jovenel Moise.

    Na primeira etapa da eleição haitiana, em que 54 candidatos disputaram a Presidência, Célestin, engenheiro formado na Suíça, perdeu para Moise, que nunca havia disputado um pleito, por oito pontos percentuais de diferença. Os dois se qualificaram para disputar o segundo turno.

    Em 2011, o próprio Célestin foi acusado de fraude e desclassificado no pleito que elegeu o atual presidente haitiano, Michel Martelly.

    Desde a derrubada da ditadura da família Duvalier (1957-1986), o Haiti –um dos países mais pobres do mundo, com 10 milhões de habitantes– tem lutado para estabelecer uma democracia estável, em meio a golpes militares e fraudes eleitorais.

    A situação do país foi agravada pelo terremoto de 2010, que deixou mais de 200 mil mortos. Desde 2004, após a revolta que derrubou o então presidente Jean-Bertrand Aristide, o Brasil chefia a missão de paz da ONU no Haiti (Minustah), mas a previsão é que o país retire suas tropas ainda neste ano.

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