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    Irã aumenta uso da pena capital; ONGs citam 'execuções secretas'

    GUSTAVO FIORATTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    24/01/2016 02h00

    Entre os líderes da pena de morte, o Paquistão só não ficou logo atrás da China em 2015 porque a Justiça iraniana foi menos leniente do que em anos anteriores. Sob a lei islâmica, fez as execuções oficiais saltarem de 268 em 2014 para 330 em 2015.

    Segundo a ONG The Iran Human Rights Documentation Center, o número de penas capitais aplicadas no país é maior —teria ficado em 913 registros até o dia 22 de dezembro do ano passado.

    Arash Khamooshi/AFP
    Homem condenado por matar um jovem esfaqueado é preparado para ser enforcado no Irã em 2014
    Homem condenado por matar um jovem esfaqueado é preparado para ser enforcado no Irã em 2014

    O crescimento, segundo dados da Anistia Internacional e do Centro de Documentações de Direitos Humanos do Irã, pode ser em parte explicado pelas campanhas governamentais de combate a crimes relacionados a drogas, fenômeno também identificado em países como China, Indonésia e Arábia Saudita.

    Segundo relatório da Anistia, nos últimos anos, o Irã sentenciou "milhares de pessoas à morte por crimes relacionados a drogas". Entre os mortos, muitos são estrangeiros e pessoas de baixo poder aquisitivo, diz o texto.

    Em 2014, Mahmood Amiry-Moghaddam, porta-voz da entidade residente na Noruega, pediu que a ONU investigasse "execuções em massa secretas nas prisões do Irã".

    No país, tiro e enforcamento são os métodos mais comuns, e muitas execuções são mantidas em segredo.

    Embora o país tenha cedido à pressão exterior pelo fim do apedrejamento, o método ainda é previsto na sharia, a lei islâmica. Em 2013, o código penal excluiu o apedrejamento de adúlteros.

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