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    Brasil pede fim rápido de eleição e consenso entre políticos no Haiti

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    25/01/2016 21h33

    O Itamaraty defendeu nesta segunda-feira (25) a "breve conclusão do processo eleitoral" no Haiti e pediu "consenso" aos atores políticos dias depois do adiamento do segundo turno da eleição presidencial no país caribenho.

    O pleito, que deveria ter sido realizado no domingo (24), ainda não tem nova data. A mudança ocorreu devido à onda de protestos da oposição ao presidente Michel Martelly contra as fraudes ocorridas no primeiro turno da eleição.

    Para os opositores, não é possível que o pleito ocorra com as irregularidades que favoreceram Jovenel Moise, candidato de Martelly. Diante da descoberta da fraude, o opositor Jude Célestin, segundo colocado, boicotou a disputa.

    Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que a crise é observada "com atenção". "O governo brasileiro reafirma sua permanente solidariedade e engajamento com a causa de um Haiti democrático e estável".

    O governo brasileiro condenou a onda de violência e conclamou o país "a expressar pacificamente suas opiniões e insta as forças políticas haitianas a repudiar, de maneira inequívoca, o emprego da violência".

    O adiamento da eleição, anunciado na última sexta-feira (22), preocupa o governo brasileiro devido ao risco de mais um período de revolta política no país. O Brasil é o chefe da Missão da ONU para a Estabilização no Haiti.

    Nesta sexta, governistas e opositores foram às ruas em manifestações. A oposição quer a criação de um governo interino por seis meses, comandado pelo presidente da Suprema Corte, Jules Contaves. Neste período, seriam apuradas as denúncias de fraude e punidos os responsáveis.

    EUA

    Além das autoridades brasileiras, os EUA também temem mais uma época de instabilidade. Em entrevista à agência de notícias Reuters, o enviado dos EUA ao país, Kenneth Merten, disse que há a possibilidade de um governo interino.

    Para Merten, não parece provável haver o segundo turno das eleições antes de 7 de fevereiro, quando Michel Martelly deveria deixar o governo. Ele afirma que a ocorrência do pleito presidencial seria a melhor opção para o país.

    "Nós deveríamos pensar em uma solução temporária até que se possa dar o poder a um presidente eleito. Nosso medo é que vamos a uma situação em aberto. Na nossa análise, é um lugar perigoso para ir", disse.

    Para ele, não é aceitável que se use a violência para forçar um novo tipo de eleição. Merten foi embaixador americano em Porto Príncipe na época do terremoto de 2010, que deixou mais de 100 mil mortos.

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