• Mundo

    Sunday, 05-May-2024 12:02:39 -03

    Haiti pede à OEA missão para mediar impasse eleitoral com oposição

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/01/2016 20h31

    O presidente do Haiti, Michel Martelly, pediu nesta quarta-feira (27) à OEA (Organização dos Estados Americanos) o envio de uma missão de mediação para dar fim ao impasse entre governo e oposição devido às eleições.

    O país deveria ter passado no domingo (24) pelo segundo turno do pleito presidencial. Porém, a votação foi suspensa devido à onda de violência nas manifestações de governistas e da oposição, que acusa o governo de fraude.

    Orlando Barría/Efe
    Manifestantes pedem a renúncia do presidente Michel Martelly em protesto em Porto Príncipe, no Haiti
    Manifestantes pedem a renúncia do presidente Michel Martelly em protesto em Porto Príncipe, no Haiti

    Depois do pedido, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, convocou reunião extraordinária do Conselho Permanente. Nela, o embaixador haitiano, Bocchit Edmond, disse que a missão servirá para evitar uma situação de caos.

    "Isso não é um chamado à ingerência ou à interferência, mas um chamado à solidariedade. Pedimos assistência para preservar a institucionalidade democrática", afirmou o representante do país caribenho.

    Segundo Almagro, o pedido foi acatado pelo risco de instabilidade política no Haiti. Sem condições políticas para uma nova eleição, o país tende a entrar em um limbo depois de 7 de fevereiro, quando Martelly deixa a Presidência.

    Para o secretário-geral da OEA, a solução é um governo de transição que assegure as condições para celebrar eleições confiáveis. Ele colocará em votação a possibilidade de consultar a Suprema Corte sobre a administração provisória.

    "Devemos garantir que este período de transição seja breve e é fundamental que exista uma nova disputa eleitoral e que haja disputa, que não seja um plebiscito ou um referendo com apenas um candidato", disse Almagro.

    A missão eleitoral da OEA no Haiti, chefiada pelo ex-ministro Celso Amorim, confirmou irregularidades na eleição, como compra de votos e falta de controle dos eleitores, mas que o resultado do primeiro turno não seria diferente.

    IMPASSE

    No Haiti, continua o impasse entre a oposição e o governo. Apesar da crise política, o presidente convocou o Conselho Eleitoral Provisório (CEP) a renovar seus integrantes depois que cinco membros renunciaram e um foi afastado.

    Para a oposição, a medida de Martelly piorou o conflito. "A hora de decisões unilaterais já passou, e Martelly tem que entender", disse Gerald Germain, assessor político do candidato opositor Jude Célestin.

    A oposição pede que a Suprema Corte assuma um governo interino antes que ocorra uma nova eleição. Enquanto isso, o candidato governista Jovenel Moise quer continuar a eleição como está e pediu que Célestin se sente para negociar.

    "Estamos em uma crise que poderíamos ter evitado, a crise vai criar um vazio de poder nos próximos dias que não é bom para o país", disse ao opositor, que boicotou o segundo turno devido às acusações de fraude.

    Para a enviada da ONU ao Haiti, Sandra Honoré, a situação deve ser resolvida o mais rápido possível para evitar uma nova onda de violência, como a que colocou o Haiti em instabilidade em 2004, após a queda de Jean-Bertrand Aristide.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024