Quase 40 refugiados, incluindo cinco crianças, morreram neste sábado (30) em um novo acidente no mar Egeu após o naufrágio do barco em que estavam na tentativa de chegar à costa grega, anunciou a guarda costeira turca.

Segundo a agência estatal Anadolu, o acidente deixou pelo menos 39 mortos. O vice-governador da província turca de Çanakkale, Saim Eskioglu, porém, disse por telefone à agência Associated Press que, até as 15h de sábado (no horário de Brasília), 35 corpos haviam sido resgatados.

Os migrantes saíram de Çanakkale e, aparentemente, tentavam chegar à ilha grega de Lesbos. O barco se chocou contra rochas e naufragou perto de Ayvacik, cidade turca em frente a Lesbos, pouco depois de zarpar.

A guarda costeira disse ter resgatado 75 refugiados. Estima-se que o barco, de 17 metros de comprimento, levasse pelo menos 120 pessoas.

O prefeito de Ayvacik, Mehmet Unal Sahin, disse em entrevista por telefone a uma emissora de TV temer que o número de mortos suba após as buscas feitas por mergulhadores.

"Estamos muito tristes, pelo menos 20 dos nossos amigos estão desaparecidos", declarou, entre soluços, um dos resgatados.

Entre os passageiros do barco que afundou neste sábado havia sírios, afegãos e birmaneses, disse a agência turca de notícias Dogan. A Turquia é rota de refugiados que tentam chegar à União Europeia, da qual a Grécia faz parte.

Na quinta-feira, 24 refugiados, dez deles crianças, afogaram-se em um outro naufrágio ao largo da costa da ilha grega de Samos.

Este novo drama se soma aos sucessivos naufrágios dos últimos dias no Mar Egeu. Quarta-feira, sete pessoas morreram, incluindo duas crianças, ao largo da ilha de Kos, e 45 refugiados morreram na semana passada em três naufrágios na mesma zona.

Apesar das condições climáticas de inverno e as restrições impostas por alguns países europeus, que restabeleceram os controles nas fronteiras, as chegadas de refugiados continuam a ocorrer em janeiro.

No total, as chegadas pelo Mediterrâneo na Europa totalizam 46.240 pessoas desde o início de janeiro, 44.000 dos quais passaram pela Grécia e 2.200 pela Itália, de acordo com o Alto Comissariado para os Refugiados da ONU (Acnur).

A grande maioria (84%) são refugiados, cidadãos de países localizados em zonas de guerra. Cerca de 200 pessoas morreram ou estão desaparecidas este ano, de acordo com o Acnur.