• Mundo

    Monday, 24-Jun-2024 09:22:17 -03

    Rei da Espanha pede que líder socialista tente formar governo

    DIOGO BERCITO
    EM MADRI

    02/02/2016 19h13

    O rei espanhol Felipe encarregou o líder socialista Pedro Sánchez de tentar formar o próximo governo do país. Sánchez, que lidera o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), deve passar entre três semanas e um mês no processo, em negociações.

    O anúncio, feito nesta terça-feira (2), coloca a Espanha em uma situação inédita: um candidato que não recebeu a maioria dos votos pode tornar-se o premiê do país.

    JuanJo Martín/Efe
    O líder socialista espanhol, Pedro Sánchez
    O líder socialista espanhol, Pedro Sánchez

    O rei Felipe havia feito a mesma proposta ao premiê em exercício Mariano Rajoy, do conservador PP (Partido Popular). Rajoy afirmou não ter apoio político para a tentativa de formar governo e recusou a oferta do monarca.

    O socialista Sánchez terá de negociar com os demais partidos para encontrar uma fórmula viável de governo. Caso não consiga, deixará espaço a outro candidato. Na impossibilidade de qualquer solução, podem ser convocadas novas eleições no país.

    Uma das alternativas é Sánchez aliar-se com o partido de esquerda Podemos e outras siglas menores, incluindo aquelas que defendem a independência da região catalã.

    Essa opção é impopular dentro do PSOE, e teria de ser votada dentro do próprio partido e possivelmente entre militantes.

    O PSOE pode também aliar-se ao PP e ao partido de centro-direita Cidadãos. Seria uma aliança inusitada, entre partidos com ideologias distintas, mas é uma das soluções defendidas pelo próprio Rajoy (desde que ele mantenha o seu cargo de premiê).

    CRISE

    A Espanha vive um momento de transformação política. Nas eleições de 20 de dezembro, a hegemonia dos dois grandes partidos PP e PSOE foi rompida pelo surgimento de partidos como o Podemos e o Cidadãos, colocando fim -ainda que temporário- ao bipartidarismo.

    Em parte, os eleitores dos partidos tradicionais estão exaustos pelos contínuos escândalos de corrupção e pela persistente crise econômica. A Espanha voltou a crescer, mas ainda tem taxa de desemprego em torno de 21%.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024