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    Magnata venezuelano oferece ajuda ao governo para tirar país da crise

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    02/02/2016 19h30

    Dono da empresa de alimentos Polar, maior grupo privado da Venezuela, o magnata Lorenzo Mendoza se disse nesta terça-feira (2) disposto a ajudar o governo chavista a enfrentar a profunda crise econômica, mas também cobrou medidas para revitalizar o setor produtivo.

    "Estamos dispostos a participar de qualquer mesa de trabalho que o governo nacional convoque", afirmou Mendoza à imprensa, em meio a um ambiente de tensão no país devido à piora do desabastecimento.

    Mendoza disse porém que as propostas que fez ao governo há cerca de dois anos, quando a atual crise começava a tomar forma, não foram levadas em consideração. "Se tivessem sido atendidas, viveríamos uma situação muito diferente hoje".

    O empresário, que participou do último Forum Econômico Mundial de Davos, há duas semanas, voltou a apresentar propostas concretas para reerguer o país.

    As medidas incluem aliviar o controle de preços, que inibem a produção, aumentar a entrega de divisas às empresas nacionais e dar incentivos aos produtores rurais.

    Carlos Garcia Rawlins/Reuters
    , president of Venezuela's largest private food production company Empresas Polar, speaks during a news conference in Caracas February 2, 2016. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins ORG XMIT: VEN08 Página anterior 6 de 23 Seguinte
    Lorenzo Mendoza, presidente da companhia Polar, fala à imprensa em Caracas

    "Nenhum país do mundo conseguiu prosperar nem erradicar a pobreza sem investimento privado", disse Mendoza.

    Numa proposta polêmica, o empresário sugeriu que a Venezuela recorra a mais financiamento internacional, presumivelmente junto a organismos como o FMI (Fundo Monetário Internacional), para compensar a degringolada do preço do petróleo, praticamente a única fonte de divisas do país.

    No ano passado, Mendoza havia atraído a fúria do governo ao debater com um economista venezuelano radicado nos EUA, numa conversa telefônica gravada ilegalmente, a necessidade de um pacote de ajuda do FMI em caso de mudança de governo no Venezuela.

    Chavistas, que consideram o FMI um órgão a serviço do capitalismo para avassalar países em dificuldade, acusaram Mendoza de querer "vender a pátria".

    Maduro chegou a dizer que o empresário é um dos principais responsáveis pela "guerra econômica" supostamente travada pelo setor privado e pela oposição para criar filas e escassez e jogar a população contra o governo.

    FILHA DE CHÁVEZ

    Nesta terça-feira, a ex-primeira dama Marisabel Rodríguez, que foi casada com o então presidente Hugo Chávez de 1999 a 2004, confirmou informação propagada nas redes sociais de que sua filha Rosinés embarcou no último fim de semana rumo ao exterior para estudar.

    Especula-se que ela tenha viajado para a França.

    Pelo Twitter, a ex-mulher de Chávez disse que a filha decidiu ir embora para fugir do "acosso" da oposição.

    A saída de Rosinés Chávez foi objeto de chacota nas redes sociais, já que, dias atrás, a TV estatal divulgou documentário no qual venezuelanos que decidem viver no exterior eram apresentados como "brancos de classe média" sem amor pelo próprio país.

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