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    Somália investiga suspeita de bomba em avião que sofreu explosão no ar

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/02/2016 15h52

    Uma explosão atingiu nesta quarta-feira (3) um avião com 74 passageiros que seguia de Mogadício, na Somália, para Djibouti, na África. Tanto os investigadores quanto o piloto dizem que uma bomba que atingiu a aeronave.

    O Airbus A321 da companhia Daallo Airlines teve que fazer um pouso de emergência na capital somali após a explosão, que ocorreu com 15 minutos de voo. Um dos passageiros morreu e outros dois tiveram ferimentos leves.

    Abdi/Xinhua
    O Airbus A321 da Diallo Airlines foi danificado em uma de suas laterais depois da explosão
    O Airbus A321 da Diallo Airlines foi danificado em uma de suas laterais depois da explosão

    Imagens gravadas pelo vice-embaixador da Somália na ONU, Awale Kullane, que estava no avião atingido, mostram os passageiros indo para a parte de trás da aeronave, depois de serem orientados a deixar as poltronas dianteiras.

    "O avião não estava cheio durante a decolagem, de modo que pudemos sentar em qualquer lugar. Aí ouvi uma forte explosão, e a fumaça cobriu o avião a ponto de não conseguir ver ninguém. Foi um pouco assustador", disse.

    A explosão provocou um buraco nas fuselagens sob uma das asas. Especialistas de aviação afirmam ser difícil que o furo tenha sido provocado pela explosão de material inflamável, que normalmente não é armazenado naquela região.

    As autoridades locais ainda não confirmam a natureza da explosão, assim como a companhia aérea. Segundo membros do governo dos EUA, a hipótese mais considerada pelos policiais somalis é a de uma bomba a bordo.

    No entanto, faltam provas para corroborar a afirmação, assim como não há reivindicação de nenhum grupo. O piloto da aeronave, Vlatko Vodopivec, também acredita que uma bomba tenha provocado o buraco na fuselagem.

    De acordo com Vodopivec, o estrago não foi maior porque o Airbus A321 estava a 11 mil pés (3.325 metros), um terço da altitude de cruzeiro dos aviões. A tripulação ainda era composta pelo copiloto e mais cinco comissários de bordo.

    Os agentes investigam também se um corpo encontrado a 30 km do aeroporto de Mogadício seria do passageiro morto durante a explosão. Os demais viajantes deixaram o avião sem grandes dificuldades.

    INSURGÊNCIA

    A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, o que deixou o país sem um governo efetivo e em poder de milícias radicais islâmicas e grupos de delinquentes armados.

    O mais poderoso grupo extremista em atividade no momento é o Al Shabbab, que anunciou em 2012 sua lealdade à rede terrorista Al Qaeda. Os terroristas fazem diversos ataques na região contra o governo apoiado pelos EUA.

    O país recebeu uma força militar da União Africana. Mas a milícia expandiu suas ações para vizinhos como o Quênia, onde foi responsável pelo ataque a tiros que deixou 67 mortos em um shopping de Nairóbi em 2013.

    Desde então, nos últimos três anos, a Al Shabaab matou mais de 400 pessoas no Quênia. Em abril de 2015, fez 148 vítimas num ataque de atiradores mascarados contra uma universidade.

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