• Mundo

    Monday, 20-May-2024 11:49:00 -03

    'Dani Dayan não será embaixador no Brasil', diz parlamentar israelense

    DE SÃO PAULO

    07/02/2016 16h16

    Olivier Fitoussi - 21.dez.2009/Associated Press
    In this Dec. 21, 2009 photo, former Chairman of the Yesha Council Dani Dayan, speaks, during a meeting at the Knesset, Israel's parliament in Jerusalem. In a landmark test case for Israel, the appointment of Dayan as its next ambassador to Brazil is suddenly in trouble due to his ties to the West Bank settlement movement. Brazil has reportedly expressed objections to the appointment of Dayan, raising questions about when or even if he will take up the post. The affair has threatened to embarrass Prime Minister Benjamin Netanyahu, who chose Dayan for the job, and reflects growing international impatience over continued Israeli settlement construction on occupied lands claimed by the Palestinians. (AP Photo/Olivier Fitoussi) ORG XMIT: SEB801
    Dani Dayan, ex-líder de colonos na Cisjordânia, foi indicado ao posto de embaixador de Israel no Brasil

    O presidente do comitê de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento (Knesset) de Israel, Tzachi Hanegbi, disse que o país não deve perder tempo esperando que Brasília aceite a indicação de Dani Dayan para o cargo de embaixador e que, em vez disso, deve atribuir a ele um posto diplomático "em uma capital não menos importante".

    De acordo com a imprensa israelense, Hanegbi declarou, neste domingo (7), que o ex-líder de colonos não será embaixador no Brasil por causa da recusa do governo em aprovar a indicação.

    O Brasil ainda não informou Israel oficialmente da rejeição e ainda tem meses para deliberar.

    A controvérsia quanto à nomeação começou em agosto. Dayan foi apontado como candidato ao cargo depois que o embaixador anterior, Reda Mansour, voltou a Israel por questões pessoais após pouco mais de um ano.

    A escolha não agradou ao governo brasileiro porque Dayan foi anunciado por Netanyahu pelo Twitter (sem aviso prévio ao Itamaraty) e porque ele liderou, de 2007 a 2013, o conselho Yesha (representante dos 500 mil colonos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental).

    A diplomacia brasileira é contra a política de ocupação dos territórios palestinos.

    "Não podemos permitir que ilusões resultem em perda de tempo", disse Tzachi Hanegbi em uma reunião para discutir o assunto, convocada por Nahman Shai, da União Sionista.

    Segundo o jornal "Haaretz", Shai abriu o encontro dizendo que o fato de o governo brasileiro rejeitar uma nomeação porque não concorda com o posicionamento político de Dayan é inaceitável. "A decisão do governo deve ser honrada. Ele representa as opiniões do governo", disse.

    Hanegbi afirmou que a questão deve ser resolvida rapidamente. "É impossível deixar o Brasil sem um embaixador."

    Em janeiro, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que Dani Dayan continuava sendo o seu nomeado para ocupar o cargo de embaixador de Israel em Brasília.

    "Acredito que Dani Dayan é excepcionalmente qualificado. Ele continua a ser meu candidato. Acho que rotular pessoas é o próximo estágio após rotular produtos, e não quero rotular ninguém", disse Netanyahu.

    Mas o premiê afirmou também que pretende melhorar o elo com o Brasil: "Na verdade, temos um relacionamento crescente. Espero que possamos fortalecer essas relações".

    O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou que Israel deu um "passo em falso" ao indicar o ex-líder de colonos israelenses Dani Dayan para o cargo de embaixador no Brasil.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024