A Coreia do Sul disparos de advertência nesta segunda-feira (8) contra um barco patrulha norte-coreano, em um novo incidente entre as duas Coreias depois que Pyongyang usou um míssil de longo alcance para pôr um satélite em órbita no domingo (7), fato condenado pelo Conselho de Segurança da ONU.
Segundo o ministério da Defesa da Coreia do Sul, um barco norte-coreano cruzou o mar Amarelo na fronteira disputada entre os dois países. A embarcação saiu em retirada depois dos disparos de advertência.
Incidentes como este são bastante frequentes entre as duas Coreais, que não têm um acordo sobre a localização de sua fronteira marítima no Mar Amarelo.
Seul se encontra em alerta reforçado depois do quarto teste nuclear da Coreia do Norte, em 6 de janeiro, e do lançamento de um míssil no domingo (7).
AFP | ||
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, assiste de base militar ao lançamento de um satélite por meio de um míssil de longo alcance, neste domingo (7) |
O Conselho de Segurança da ONU condenou o lançamento do foguete e anunciou que aprovará sanções "em resposta a estas perigosas e graves violações" da Coreia do Norte.
Poucas horas depois do anúncio, a Coreia do Sul e os Estados Unidos anunciaram o início de negociações para mobilizar em território sul-coreano o sistema anti-mísseis americano THAAD, um dos mais modernos do mundo. Em entrevista exibida nesta segunda (8) pela rede americana CBS, o presidente Barack Obama disse estar preocupado, mas não surpreso com o uso do míssil norte-coreano. "Trata-se de um regime autoritário e provocador, que tem repetidamente violado resoluções da ONU ao testar e produzir armas nucleares. Agora, estão tentando aperfeiçoar seu sistema de lançamento de mísseis", disse Obama.
O foguete foi lançado da base de Dongchang-ri, no nordeste do país, às 9h locais (22h30 de sábado em Brasília). O lançamento foi ordenado pessoalmente pelo líder Kim Jong-un e "colocou em órbita com sucesso nosso satélite de observação terrestre Kwangmyong 4", informou a televisão governamental.
A colocação em órbita do satélite não pôde ser confirmada, mas uma fonte americana de Defesa disse que, ao que parece, "houve algo que chegou ao espaço".
A Coreia do Norte insiste em que o lançamento é parte de um programa espacial exclusivamente científico, mas muitos países consideram-no um teste camuflado para melhorar o sistema de mísseis intercontinentais capazes de transportar bombas atômicas para qualquer lugar do planeta.
Em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, manifestou seu "pesar pela insistência da República Democrática Popular da Coreia de realizar um lançamento de mísseis, apesar da oposição internacional".
A Coreia do Norte "tem o direito ao uso pacífico do espaço, mas este direito está limitado pelas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas", recordou a porta-voz chinesa.