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    Em New Hampshire, eleitores optam por independência partidária

    THAIS BILENKY
    ENVIADA ESPECIAL A LONDONDERRY, NEW HAMPSHIRE

    09/02/2016 16h35

    Excesso de pré-candidatos, brigas entre eles, radicais com visibilidade. Os eleitores do Estado americano de New Hampshire já são conhecidos pelo comportamento imprevisível e, no atual cenário eleitoral, a fila dos independentes só aumenta.

    No Estado, que realiza suas primárias nesta terça-feira (9), a taxa média de pessoas que não querem se comprometer com nenhum partido nas eleições gerais, em novembro, costuma ser de cerca de 40%.

    Esses eleitores votam em um pré-candidato nas prévias, mas, caso se inscrevam como "não declarados", têm liberdade para escolher qualquer nome, de qualquer partido, depois de definidas as candidaturas.

    Ao longo do dia, em uma escola que serviu de ponto de votação na cidade de Londonderry, o movimento nas urnas fluía normalmente. O gargalo estava na fila dos independentes.

    Rick Wilking/Reuters
    Voters mark their ballots in the presidential primary at Bedford High School in Bedford, New Hampshire February 9, 2016. REUTERS/Rick Wilking ORG XMIT: RTW102
    Eleitores votam nas primárias em escola secundária de New Hampshire, nesta terça-feira (9)

    Para a desenvolvedora de sistemas Sherryl, 60, que não quis informar o sobrenome, os pré-candidatos com maior visibilidade são os menos qualificados. O cenário aumentou o comparecimento dos eleitores e, proporcionalmente, a lista de independentes, diz. "É preciso ter liberdade para escolher do que depender do candidato nomeado. Não sinto que nenhum dos dois partidos é o supercerto", afirmou.

    Segundo pesquisa das emissoras CNN e WMUR concluída na segunda-feira (8), 47% dos eleitores independentes disseram ter a intenção de votar em um nome democrata, e 46% em um republicano; 7% não sabiam.

    A voluntária Sue, que organizava a fila dos independentes, também notou maior número de eleitores não declarados. "Acho que tem mais gente votando neste ano."

    "Surpreendi-me na urna. Tinham vários nomes que nem conhecia", contou Linda Stebbins, 57. Ela escolheu John Kasich, governador de Ohio, pelo perfil mais moderado. "Gosto da Carly [Fiorina, empresária], mas ela não tinha chances."

    Stebbins quer a liberdade de escolher em novembro, porque, se o bilionário Donald Trump, que lidera a disputa entre os republicanos, for nomeado, ela se recusará a votar nele. "Trump é assustador. Não tem o temperamento para ser presidente. Eu simplesmente não posso votar nele."

    O estudante Craig, 18, votou pela primeira vez neste ano. O escolhido dele foi o senador Bernie Sanders (Vermont), que lidera a disputa democrata no Estado contra a ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

    "Sou independente, porque não olho muito para o partido, mas para o candidato", diz Craig. "Se Bernie não ganhar, não votaria na Hillary e não estou muito focado nos republicanos."

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