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    Seul suspenderá operações em parque industrial com a Coreia do Norte

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    10/02/2016 09h33

    A Coreia do Sul anunciou nesta quarta (10) que vai suspender suas operações no complexo industrial intercoreano de Kaesong, em resposta ao teste nuclear realizado pelo vizinho do norte em janeiro e ao lançamento de um foguete, no último domingo (7).

    O parque industrial, que é um raro símbolo de aproximação entre as duas Coreias, sempre foi refém das tensões entre os países, mas esta é a primeira vez, desde a abertura do complexo em 2004, que a suspensão das operações vem da parte de Seul.

    19.dez.2013/AFP
    Norte-coreanos trabalham no complexo de Kaesong, em 2013; Coreia do Sul suspenderá operações
    Norte-coreanos trabalham no complexo de Kaesong, em 2013; Coreia do Sul suspenderá operações

    Em 2013, o complexo ficou paralisado por cinco meses, quando a Coreia do Norte retirou seus 53 mil trabalhadores em represália a duas resoluções da ONU contra o país. Três anos antes, Pyongyang já havia expulsado funcionários sul-coreanos de Kaesong após cortar relações com Seul.

    "Decidimos interromper todas as operações no complexo de Kaesong para que (...) o Norte não utilize nossos investimentos para financiar seu desenvolvimento nuclear e balístico", afirmou o ministro da Unificação, Hong Yong-Pyo.

    Kaesong abriga 124 empresas sul-coreanas e proporciona emprego a cerca de 53 mil norte-coreanos. O complexo, que fica do lado norte-coreano da fronteira, permitiu que o isolado e empobrecido Estado do norte arrecadasse divisas.

    O governo e as empresas sul-coreanas investiram no projeto ao longo dos anos US$ 837 milhões, de acordo com Hong. O ministro afirmou que o dinheiro foi utilizado por Pyongyang para executar seus testes nucleares, unanimemente condenados pela comunidade internacional.

    O governo sul-coreano também anunciou que intensificará a propaganda sonora na fronteira com a Coreia do Norte, em resposta ao foguete de longo alcance lançado no domingo pelo regime. O governo de Kim Jong-un alega que o lançamento foi para colocar em órbita um satélite.

    7.fev.2016/Reuters
    Imagem de vídeo mostra ditador norte-coreano Kim Jong-un acompanhando o lançamento do foguete
    Imagem de vídeo mostra ditador norte-coreano Kim Jong-un acompanhando o lançamento do foguete

    As Nações Unidas e alguns países, no entanto, julgam ser um disfarce para um teste proibido de um míssil que poderia atingir a área continental dos EUA. Logo após o lançamento, o Conselho de Segurança condenou a ação e afirmou que irá adotar "medidas significativas" em resposta às violações das resoluções da ONU.

    "Instalamos novos alto-falantes e difundimos programas mais longos a cada dia desde então", informou à AFP o ministério sul-coreano da Defesa em referência ao lançamento de domingo.

    JAPÃO

    Também em represália ao lançamento do foguete, o Japão afirmou nesta quarta-feira (10) que vai impor sanções a Pyongyang. Segundo autoridades do Japão, a remessa de dinheiro para a Coreia do Norte está, em princípio, proibida.

    O Japão aliviou algumas sanções sobre a Coreia do Norte em julho de 2014, depois de o governo de Pyongyang ter reaberto investigação sobre o paradeiro de cidadãos japoneses que foram capturados por agentes norte-coreanos há décadas para ajudar no treinamento de espiões, apesar de pouco progresso ter sido alcançado desde então.

    FOGUETE COREANO

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