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    Estado Islâmico usou gás mostarda no Iraque, diz diplomata

    ANTHONY DEUTSCH
    DA REUTERS

    15/02/2016 16h57

    Milicianos da facção terrorista Estado Islâmico (EI) atacaram forças curdas no Iraque com gás mostarda no ano passado, primeiro uso conhecido de armas químicas no país desde a queda de Saddam Hussein (1979-2003).

    A afirmação é de um diplomata, baseada em testes realizados pelo observatório global de armas químicas.

    Onde fica Irbil

    Uma fonte da Organização pela Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês) confirmou que testes de laboratório atestaram o uso de mostarda de enxofre (também conhecida como gás mostarda) depois que 35 tropas curdas adoeceram no campo de batalha em agosto, a sudoeste de Irbil, capital da zona autônoma curda no Iraque.

    Apesar de a OPCW não identificar quem fez uso do agente químico, sob condição de anonimato o diplomata disse que o resultado confirma que as armas químicas foram utilizadas pelos combatentes do EI.

    A organização já havia descoberto o uso de gás mostarda na vizinha Síria em outubro. O EI controla uma parte dos territórios do Iraque e da Síria, denominando-o "califado", e não reconhece a fronteira entre os países.

    Especialistas especulam que o gás mostarda tenha vindo de um arsenal químico sírio não declarado ou que os milicianos tenham adquirido conhecimento básico de como produzir e realizar um ataque químico amador com foguetes e morteiros.

    O arsenal químico do Iraque foi destruído principalmente no regime de Saddam, apesar de munições químicas do período terem sido encontradas por tropas norte-americanas durante a invasão do país (2003 a 2011).

    A Síria concordou em entregar seu arsenal químico, incluindo o gás mostarda, à comunidade internacional depois que centenas de civis foram mortos com gás sarin no subúrbio de Damasco, em 2013.

    As potências ocidentais responsabilizam o regime de Bashar al-Assad pelo ataque. Damasco, porém, nega envolvimento.

    Empregado com efetividade letal durante a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), o gás mostarda causa graves queimaduras nos olhos, pele e aparelho respiratório.

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