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    Turquia pressiona coalizão por ação militar por terra na Síria

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    16/02/2016 20h52

    A Turquia está pressionando os países que fazem parte da coalizão criada para combater o Estado Islâmico (EI), liderada pelos EUA, para enviar forças terrestres à Síria.

    As ações militares do regime sírio, apoiados principalmente por bombardeios russos, fizeram com que as tropas avançassem no norte do país, na região de Aleppo, chegando a cerca de 25 km da fronteira com a Turquia.

    Reuters
    Hospital ligado à ONG Médicos Sem Fronteiras que foi bombardeado na Síria
    Hospital ligado à ONG Médicos Sem Fronteiras que foi bombardeado na Síria

    A preocupação de Ancara é também com a milícia curda YPG, que teria conquistado terreno no norte da Síria nos últimos dias. Washington, contudo, vê os curdos como aliados no combate ao EI.

    "Alguns países, como nós, a Arábia Saudita e outros países da Europa Ocidental vêm dizendo que uma operação por terra é necessária. (...) Mas esperar isso apenas da Arábia Saudita, da Turquia e do Qatar não é certo nem realista", disse o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, em entrevista à agência Reuters.

    "Se uma operação como essa tiver que ocorrer, ela deve ser realizada conjuntamente, como os ataques aéreos [da coalizão]", afirmou Cavusoglu, acrescentando que não há consenso sobre o tema e nem um "debate sério" sobre isso entre a coalizão.

    Os EUA já declararam não estarem dispostos a enviar tropas, à exceção de pequenos grupos de forças especiais.

    O envio de forças terrestres representaria a possibilidade de um confronto direto entre membros da Otan (aliança militar ocidental) e a Rússia, ecoando a Guerra Fria.

    O ditador sírio, Bashar al-Assad, disse que qualquer incursão por terra em seu país terá "repercussões globais".

    Em vídeo divulgado nesta terça (16), Sayyed Hassan Nasrallah, líder do libanês Hizbullah –que luta ao lado das tropas sírias– disse que a Turquia e a Arábia Saudita querem prolongar a guerra, ao invés de chegar a um acordo que permitiria a ao ditador Bashar al-Assad ficar no poder.

    "Eles querem levar a região a uma guerra regional ou global, mas não querem ou não estão prontos para um verdadeiro acordo político na Síria", disse Nasrallah.

    ATAQUES A HOSPITAIS

    O porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, refutou nesta terça (16) acusações de que aviões de guerra do país teriam atacado um hospital no norte da Síria. Segundo Dmitry Peskov, este seria mais um caso de acusação contra Moscou sem provas. O regime sírio, por sua vez, acusou a coalizão pelos ataques.

    Na segunda (15), bombardeios atingiram cinco instalações hospitalares e duas escolas, matando cerca de 50 pessoas nas regiões de Idlib e Aleppo, segundo a ONU.

    Um dos hospitais destruídos era apoiado pela Médicos sem Fronteiras. Outro era um hospital maternoinfantil, onde morreram crianças.

    Os ataques ocorrem às vésperas de entrar em vigor, dia 19, um cessar-fogo parcial temporário anunciado pelas potências. O acordo exclui o EI e a milícia Frente Al-Nusra.

    Onde fica Aleppo

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