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    eleições nos eua

    Nos EUA, eleitores ultraconservadores contra-atacam em defesa de Trump

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

    20/02/2016 02h00

    Donald Trump deu um nó na cabeça do americano conservador com declarações consideradas liberais, e formadores de opinião mais à direita vêm se contorcendo para defender as credenciais do pré-candidato presidencial republicano.

    O movimento vem na cola de uma torrente de artigos e editoriais de publicações e analistas moderados que criticaram a candidatura de Trump.

    Em debate no dia 13, Trump acusou George W. Bush de ter mentido para justificar a Guerra no Iraque (2003-11). Nos dias seguintes, voltou à carga, ao mesmo tempo em que o ex-presidente republicano entrava na campanha de seu irmão, Jeb Bush.

    Igualmente intrigante para o eleitorado, Trump elogiou a organização Planned Parenthood, que trabalha com planejamento familiar e é demonizada pelos conservadores por realizar abortos.

    "Faz coisas maravilhosas", salvo as relacionadas a aborto, reiterou no debate, provocado pelo senador Ted Cruz, que citou antigas declarações do oponente.

    De carreira política tradicional, Cruz é ligado ao movimento ultraconservador Tea Party, mas perdeu para Trump o apoio de figuras influentes da ultradireita, como a ex-governadora Sarah Palin, a comentarista polemista Ann Coulter e o líder evangélico Jerry Falwell Jr..

    Na atual febre "antiestablishment", Cruz, ex-assessor jurídico de George W. Bush, até agora não convenceu tanto quanto Trump, apesar de adotarem o mesmo discurso contra Washington.

    CAÇA-VOTOS

    Evasivo, porém elogioso ao magnata, o radialista Rush Limbaugh, uma das vozes mais estridentes do conservadorismo no país, há meses é questionado por ouvintes sobre por que não deveriam apoiar Cruz.

    Nesta semana, o comentarista se irritou. "Não é meu papel caçar votos para ninguém, caramba!", exclamou no ar.

    Ele vinha tentando explicar o magnata aos ouvintes.

    "As coisas que Trump disse não fazem sentido. Estamos numa primária republicana e ele começa a culpar a família Bush pelo 11 de Setembro. Nem Michael Moore diz isso", observou, citando o diretor de "Fahrenheit 9/11", de extrema-esquerda.

    "As pessoas acham que Trump estava fora de controle, que teve incontinência emocional. Talvez. Mas ainda acho que havia uma estratégia em curso ali", arriscou.

    Cabo eleitoral do empresário, Ann Coulter com frequência adota a tática de desqualificar quem o critica.

    "Entre Trump e o papa, qual dos dois toca uma multinacional gigante que protege subordinados quando estupram garotinhos?", disparou em uma rede social depois de Francisco questionar a fé de Trump por querer construir um muro na fronteira com o México.

    Para uma âncora da rede CNN que notou as trocas de ofensas no último debate, Coulter escreveu: "Bimbo [mulher estúpida] chateada por causa da 'gritaria' em um... DEBATE. Taí por que mulheres não deviam votar".

    O veterano comentarista conservador Pat Buchanan afirma que o "triunfo" de Trump sob Cruz se explica por suas bandeiras econômicas protecionistas, que teriam captado a essência da ira da classe média. (Cruz já mudou o discurso sobre o tema ao longo da campanha.)

    Além disso, diz, "o triunfo de Trump se deve à rejeição" pelo americano médio "da ideologia e da política da família Bush e seus resultados".

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