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    Governo sírio e oposição aceitam cessar-fogo a partir de sábado

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    23/02/2016 10h41

    O governo sírio e o Alto Comitê de Negociação, que representa grupos de oposição no país, aceitaram o cessar-fogo proposto pelos Estados Unidos e pela Rússia. O anúncio veio depois de Washington e Moscou marcarem uma nova tentativa de trégua para o sábado (27).

    Em comunicado divulgado nesta terça-feira (23), o governo sírio disse aceitar "uma interrupção das operações de combate com base na continuidade dos esforços militares para combater o terrorismo contra o Estado Islâmico (EI), a Frente al-Nusra, e as outras organizações terroristas ligadas a eles e à organização Al Qaeda, de acordo com o anúncio russo-americano".

    Em pronunciamento perante a Comissão de Relações Exteriores do Senado nesta terça, o secretário de Estado americano, John Kerry, disse não ser possível afirmar se o acordo de cessar-fogo abrirá caminho para a uma solução política no país assolado pela guerra.

    "Eu não vou garantir isso. Não vou dizer que esse acordo certamente funcionará porque não tenho certeza".

    O secretário, porém, apontou que o cessar-fogo é a melhor maneira de tentar encerrar o conflito. Segundo ele, essa seria a única alternativa disponível para os EUA e seus aliados se o objetivo for alcançar um acordo político.

    Kerry acrescentou que se o ditador sírio, Bashar al-Assad, renunciasse o conflito terminaria rapidamente. "Quatro palavras poderiam acabar com essa guerra: 'eu não concorrerei mais'", disse Kerry, referindo-se a eventuais eleições no país.

    Louai Beshara - 22.fev.2016/AFP
    Voluntários sírios celebram, com imagens de Assad, fim de um treinamento paramilitar no norte de Damasco
    Voluntários sírios celebram, com imagens de Assad, fim de treinamento paramilitar no norte de Damasco

    O regime de Assad disse que trabalhará com a Rússia para decidir quais grupos e áreas devem ser incluídos no plano de "cessação das hostilidades".

    Na nota, o governo sírio destacou a importância de se fechar as fronteiras e do fim de apoio estrangeiro a grupos armados, além de "impedir que essas organizações fortaleçam suas capacidades ou mudem suas posições, de forma a evitar algo que possa levar a destruir esse acordo".

    O comunicado acrescenta que a Síria se reserva ao direito de "responder a qualquer violação por parte desses grupos contra cidadãos sírios ou contra suas Forças Armadas".

    O Alto Comitê de Negociação (HNC, na sigla em inglês), por sua vez, disse que a aceitação da trégua está "condicionada" ao fim do cerco do governo a 18 áreas rebeldes e dos bombardeios aéreos e de artilharia e à libertação de presos.

    A tentativa de cessar-fogo entre o regime e os insurgentes foi anunciada no domingo (21) por Kerry e recebida com ceticismo por moradores da capital síria.

    Uma outra trégua havia sido marcada para a última sexta-feira (19), segundo acordo estabelecido no início do mês pelos Estados Unidos, Rússia e outros 15 países.

    ELEIÇÃO

    Na segunda (22), horas depois do acordo fechado entre americanos e russos, Assad anunciou eleições parlamentares para o dia 13 de abril.

    Eleições desse tipo ocorrem a cada quatro anos no país. A última foi em 2012, e esses mandatos terminam no próximo mês de maio.

    O desenho de uma nova Constituição para o país e a realização de eleições livres foram incluídos em uma resolução adotada pelo Conselho de Segurança da ONU, em dezembro, que endossava uma transição política na Síria na qual a população decidiria o futuro do país.

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