A Grécia convocou para consultas nesta quinta-feira (25) a sua embaixadora na Áustria. A medida veio antes de uma reunião de ministros da União Europeia que tentará definir uma política comum de imigração em resposta às medidas unilaterais tomadas por vários países membros.

Ao convocar a embaixadora, a Grécia afirmou que não pretende se tornar o Líbano da Europa.

A reunião ocorre um dia depois de uma reunião restrita em Viena da qual a Grécia foi excluída. O país é a principal porta de entrada de migrantes na UE e o mais afetado pelos fechamentos de fronteiras decididos recentemente por alguns países do continente.

"A embaixadora da Grécia em Viena foi chamada para consultas a fim de que sejam mantidas as boas relações entre os países e os povos da Grécia e da Áustria", informou em comunicado o Ministério das Relações Exteriores grego.

Ao chegar a Bruxelas, o ministro de Política Migratória da Grécia, Yannis Mouzalas, lançou uma dura advertência à UE dizendo que a Grécia pode vir a tomar decisões unilaterais.

"A Grécia não aceitará ações unilaterais. Mas a Grécia também pode tomar medidas unilaterais", ameaçou Mouzalas, acrescentando que o país "não vai aceitar se tornar o Líbano da Europa".

"Muitos participantes da reunião [em Bruxelas] vão tentar discutir como lidar com uma crise humanitária que eles próprios pretendem criar", insistiu o ministro grego.

Nesta quinta, a Comissão Europeia criticou a decisão da Hungria de realizar um referendo sobre a distribuição de migrantes entre os 28 países da UE.

"Não conseguimos entender como isso se integraria ao processo de decisão em relação ao se mostraram de acordo todos os Estados membros do bloco", disse Natasha Bertaud, porta-voz do Executivo europeu.