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    Presidente da Bolívia pede para ver filho que pensava estar morto

    DA FRANCE PRESSE

    29/02/2016 14h59

    O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta segunda (29) aos familiares de sua ex-companheira, Gabriela Zapata, detida por tráfico de influência e enriquecimento ilícito, que ele possa conhecer um filho que até então julgava ter morrido.

    "Evidentemente, houve uma divergência sobre o falecimento do bebê. Eu acreditei nas palavras e informações da mãe de meu filho", declarou Morales ante a imprensa.

    Reuters
    O presidente da Bolívia, Evo Morales, durante conferência de imprensa na capital, La Paz
    O presidente da Bolívia, Evo Morales, durante conferência de imprensa na capital, La Paz

    "Peço à família de Gabriela Zapata que o tragam, pois quero conhecê-lo. Tenho direito a vê-lo, conhecê-lo e cuidar dele", afirmou. "Se o menino não aparecer, tenho a obrigação de ir até as autoridades, como o juizado de menores, para que o fato seja investigado."

    Uma tia de Zapata disse na semana passada que o menor não morreu e que está com oito ou nove anos de idade. "Sei que esse menino não morreu, nasceu, e o tive nos braços", disse Pilar Guzmán, tia de Gabriela Zapata, à rede de TV PAT.

    NAMORO

    No começo do mês, o jornalista Carlos Valverde revelou que, há dez anos, Gabriela teve um relacionamento com Morales, com quem teve um filho.

    Na ocasião, Morales reconheceu que Gabriela foi sua companheira e que teve com ela um filho, que veio a falecer.

    Gabriela Zapata foi acusada formalmente dos crimes de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e tráfico de influência, na qualidade de gerente de uma empresa chinesa que se beneficiou de contratos milionários com o Estado.

    Gabriela está detida desde a última sexta (26).

    A oposição boliviana acusa Morales de favorecer Zapata e assegura que a relação persistiu por pelo menos até 2015.

    ESCÂNDALO

    Tanto a relação de Evo com Zapata como o nascimento do menino eram fatos desconhecidos dos bolivianos.

    O próprio Morales se queixou nos últimos dias que o incidente foi utilizado pela oposição para manchar sua imagem durante a campanha para o referendo do dia 21 de fevereiro. No pleito, os bolivianos rejeitaram a possibilidade de Evo disputar um quarto mandato à Presidência.

    Morales pediu que a Controladoria Geral e o Congresso investiguem as atividades da companhia chinesa e afirmou que não protegeria nem encobrira ninguém.

    Para alguns analistas, com a prisão de sua ex-companheira, Morales busca limpar sua imagem.

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