Um juiz federal de Nova York rejeitou, nesta segunda-feira (29), um pedido do governo americano para que a Apple desbloqueie o iPhone usado por um homem envolvido no tráfico de drogas.
A decisão, provocada por um pedido feito à Justiça em outubro, sai em um momento de crise entre o FBI (polícia federal americana) e a empresa justamente a respeito do desbloqueio de iPhones.
Mike Segar/Reuters | ||
Logo da Apple no Estado de Nova York, onde um juiz negou acesso ao iPhone num caso de drogas |
O governo tenta conseguir, também pela via judicial, que a Apple drible o sistema de bloqueio do iPhone 5C usado pelo terrorista Syed Rizwan Farook, um dos responsáveis pela morte de 14 pessoas no ataque a San Bernardino (Califórnia), em dezembro.
A Apple se nega a criar a ferramenta que permitiria o desbloqueio, alegando que trata-se de um precedente perigoso que colocaria em risco a privacidade do usuário.
No caso da investigação de drogas em Nova York, no entanto, a tecnologia para a retirada dos dados desejados pelo governo já existe —o telefone utiliza um sistema operacional antigo— e foi usada em investigações do passado cerca de 70 vezes.
Apesar de valer apenas para o caso específico das drogas, a argumentação do o juiz James Orenstein, de Nova York, acaba apoiando a Apple no outro caso.
O juiz afirmou que rejeitou a crítica de que a empresa só estaria preocupada com sua imagem e afirmou que não via um limite até onde o governo iria para demandar que uma empresa ou pessoa violasse valores importantes. Para Orenstein, o lado do governo americano tenta aproveitar uma lei antiga "para produzir resultados absurdos e não permitidos".
Enquanto a discussão se desenrola, a Apple já desenvolve um novo mecanismo que impediria de qualquer forma o desbloqueio do seu telefone, informou o jornal "The New York Times", na semana passada.