De olho nos 130 delegados em disputa na primária democrata de Michigan, na terça-feira (8), os pré-candidatos presidenciais americanos Hillary Clinton e Bernie Sanders cavoucaram o passado para responsabilizar um ao outro pelas dificuldades econômicas que o Estado enfrenta no presente.

Em debate organizado pela rede CNN neste domingo (6), Sanders condenou o apoio de Hillary ao Nafta, tratado de livre-comércio dos EUA com Canadá e México em vigor desde os anos 1990, "que custou ao país 800 mil empregos".

"Nem sempre os democratas estão certos", disse o senador independente por Vermont sobre o partido pelo qual tenta a candidatura presidencial. "Com frequência, os democratas apoiaram tratados de comércio desastrosos." Ele pontuou que não faz parte do "establishment" nem tem o apoio da cúpula partidária, comprometida com Hillary.

A ex-secretária de Estado criticou a decisão do oponente de não apoiar o plano de resgate da indústria automobilística proposto pelo presidente Barack Obama, em 2009, nos seus últimos dias como senadora por Nova York.

"O dinheiro estava disponível para salvar a indústria e 4 milhões de empregos", ela afirmou. "Eu votei para salvar a indústria. Ele votou contra. Acho que isso é uma bela diferença."

Sanders respondeu que aquele era "o resgate de Wall Street por meio do qual alguns de seus amigos destruíram a economia".

Hillary argumentou que bancos financiam negócios de todos os tamanhos, ajudando a criar empregos.

Ao longo de toda a campanha, Sanders vem condenando as doações de instituições financeiras a Hillary e voltou a pedir que ela divulgue o conteúdo de palestras que proferiu reservadamente a grandes bancos.

O debate ocorreu na cidade de Flint, que enfrenta desde 2014 uma crise gerada pela contaminação da água da torneira, causando, além de doenças nos moradores, pressão pela renúncia do governador do Estado, o republicano Richard Snyder.

No palco, os dois pré-candidatos defenderam sua saída do cargo.

ELEIÇÃO

O senador por Vermont precisa de um bom resultado em Michigan para reduzir a diferença na contagem de delegados. Hillary soma 1.130, e ele, 499. São necessários 2.382 para se conquistar a candidatura democrata.

Os dois presidenciáveis fizeram campanha intensa no Estado. Pesquisas de intenção de voto, porém, apontam vantagem de 20 pontos de Hillary.