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    Turquia é criticada em reunião da UE por tomada de jornal oposicionista

    JULIANO MACHADO
    DE BERLIM

    07/03/2016 11h55

    A tomada do jornal opositor "Zaman" pelo governo da Turquia, na sexta-feira passada (4), foi alvo de críticas das autoridades europeias nesta segunda-feira (7), durante a cúpula extraordinária da UE sobre refugiados, da qual participa o premiê turco, Ahmet Davutoglu.

    O presidente francês, François Hollande, disse que é preciso "estar de olho aberto para a liberdade de imprensa na Turquia", mas afirmou que o episódio não deve interferir nas negociações com Ancara sobre a crise de refugiados.

    A chanceler alemã, Angela Merkel, abordou Davutoglu sobre a ofensiva contra o "Zaman" em encontro paralelo à cúpula, segundo sua porta-voz, Christiane Wirtz, que não deu detalhes do teor das críticas.

    Em viagem aos Emirados Árabes Unidos, o ministro alemão de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, disse que é preciso "discutir a interpretação e o entendimento dos direitos de liberdade com a Turquia".

    John MacDougall/AFP
    Chief editor of the German edition of Turkish daily Zaman, Suleyman Bag (R) and German Green Party co-leader Cem Oezdemir pose with the newspaper's last edition (from March 5, 2016) which includes material from the Turkish national edition (L), a German parody edition (C), and the new Germany edition (L), outside his office in Berlin on March 7, 2016. Turkish police seized control on March 4, 2016 of the top-selling newspaper, which opposes President Recep Tayyib Erdogan, drawing condemnation from the European Union, the United States and Russia, as well as international media watchdogs. / AFP / John MACDOUGALL
    Suleyman Bag (dir.), editor da versão alemã do "Zaman", e Cem Oezdemir, do Partido Verde alemão, com exemplares do dia 5

    O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, também se reuniu com Davutoglu.

    Depois, afirmou que "a liberdade de imprensa é um elemento central da identidade da UE" –a Turquia não integra o bloco.

    "A ideia da liberdade é exatamente esta: o governo não determina o que sai nos jornais", disse Schulz. Uma entrevista coletiva com os dois foi cancelada pela manhã, depois de Schulz ter anunciado que falaria do cerco ao "Zaman" com os jornalistas.

    Mais tarde, Davutoglu disse, porém, que o segundo convite à Turquia para um importante encontro da UE num espaço de três meses poderia ser um ponto de inflexão nas relações com Ancara e daria mais força a uma futura entrada turca no bloco.

    Em novembro, a Turquia participou de uma reunião em que se criou um fundo europeu de R$ 3 bilhões (R$ 12,4 bilhões) destinado aos cerca de 2,5 milhões de refugiados em solo turco.

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