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    Coreia do Sul e EUA iniciam exercícios militares e Norte diz haver 'histeria'

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    07/03/2016 14h31

    Tropas da Coreia do Sul e dos EUA iniciaram exercícios militares de larga escala nesta segunda-feira (7) em um teste anual de suas defesas contra a Coreia do Norte.

    Pyongyang chamou o treinamento de "movimentação nuclear de guerra" e ameaçou ofensiva total como resposta.

    Seul afirmou que os exercícios são os maiores já realizados após o quarto teste nuclear da Coreia do Norte, em janeiro, e o lançamento de míssil de longo alcance no mês passado, que provocaram novas sanções do Conselho de Segurança da ONU.

    AFP-7.mar.16
    Exército da Coreia do Sul e dos EUA em treinamento conjunto em Pohang
    Soldados da Coreia do Sul e dos EUA em treinamento conjunto em Pohang

    Kim Jong-un ignorou as críticas ao seu programa nuclear (mesmo aquelas vindas da aliada China ) e ordenou prontidão do país na utilização de armas nucleares para enfrentar o que ele considera uma escalada das ameaças de seus inimigos.

    A aliança dos EUA com o comando militar da Coreia do Sul disse ter notificado Pyongyang da "natureza não ameaçadora de seu treinamento", que envolveu cerca de 17 mil soldados norte-americanos e mais de 300 mil sul-coreanos.

    O Ministério de Defesa da Coreia do Sul disse não haver sinal de qualquer atividade militar não usual do Norte.

    A Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte declarou que "o Exército e a população da DPRK (República Popular Democrática da Coreia, em português) realizarão uma ofensiva completa como resposta definitiva à movimentação nuclear histérica dos EUA e seus seguidores", declarou a Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte à agência de notícias norte-coreana KCNA.

    A comissão completou que o Exército do país e a população irão "concretizar o maior desejo da nação coreana, a reunificação, por meio de uma guerra sagrada de justiça", em resposta a qualquer ataque que possa ser realizado pela aliança Washington-Seul.

    É comum que o Norte ameace ações militares em resposta aos exercícios militares anuais do Sul, vistos por Pyongyang como preparação para uma guerra entre os dois países.

    AFP-7.mar.16
    Ativistas contra o conflito entre as Coreias protestam próximo à embaixada dos EUA em Seul
    Ativistas contra o conflito entre as Coreias protestam próximo à Embaixada dos EUA em Seul

    O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hong Lei, pontuou que a Coreia do Norte já tinha realizado ameaças contra o treinamento e completou que Pequim está "extremamente preocupada" com as práticas por ambos os lados.

    "A China está ligada à península da Coreia. No que diz respeito à segurança da península, a China está extremamente preocupada e se opõe firmemente a qualquer ação que possa provocar conflitos na região. Nós desejamos que todos os lados mantenham a calma e não incentivem a escalada das tensões", declarou a jornalistas.

    As últimas sanções impostas à Coreia do Norte foram elaboradas pelos EUA e pela China como punição contra o teste nuclear e o lançamento do foguete, que opositores a Pyongyang dizem ser um teste de míssil balístico.

    A agência de espionagem do Sul disse que fará uma reunião de emergência nesta terça-feira (8) para avaliar sua capacidade de resposta a qualquer ataque cibernético do Norte, depois que foram detectadas evidências de tentativas de hackear telefones celulares sul-coreanos.

    Seul está em situação de alerta cibernético máximo desde o teste nuclear e o lançamento do foguete.

    A Coreia do Sul e o Exército dos EUA iniciaram suas reuniões na sexta-feira (4) para desenvolver a rede de mísseis THAAD (sigla em inglês para Terminal de Defesa de Área em Alta Altitude) em território sul-coreano.

    RÚSSIA

    O Ministério de Defesa da Rússia declarou que se opõe ao exercícios militares de Washington e Seul por serem uma maneira de pressionar a Coreia do Norte e também condenou as ações norte-coreanas.

    "O desenrolar da situação na península da Coreia e na região está causando aumento da preocupação [sobre a questão]", declarou o ministério, que pediu que as partes envolvidas ajam com cautela.

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