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    eleições nos eua

    Candidatos republicanos fazem cálculos para convenção disputada

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    09/03/2016 02h00

    Com a disputa republicana à Casa Branca mergulhada numa guerra entre Donald Trump e a elite partidária, torna-se cada vez mais provável um cenário inédito para o partido desde 1948: a "convenção disputada".

    Nele, nenhum concorrente tem a maioria simples de votos de delegados partidários para garantir a candidatura e há nova votação, sem seguir as prévias estaduais.

    Joe Skipper/Reuters
    O candidato republicano Donald Trump concede entrevista depois das primárias desta terça-feira (8)
    O candidato republicano Donald Trump concede entrevista depois das primárias desta terça-feira (8)

    Trump lidera a corrida e as pesquisas na maioria dos Estados em disputa nas próximas semanas. Matematicamente, tem como conquistar os delegados necessários.

    Mas suas margens são pequenas, se considerada a soma dos adversários e o fato de vários Estados dividirem seus delegados na mesma razão que os votos das urnas.

    Prévia da Eleição nos EUA

    Além disso, as derrotas no último fim de semana para o senador Ted Cruz reanimaram no bloco anti-Trump a convicção de que é possível "sangrar" sua candidatura e tentar virar o jogo.

    "Uma coisa é o Trump chegar à convenção com 48%, 49% dos delegados, aí dificilmente haverá uma batalha", disse o governador do Tennessee, Bill Haslam, que apoia o senador Marco Rubio. Mas se chegar com 35% ou 40% [dos votos], é diferente".

    BARREIRA

    Sem se unir em torno de um só candidato, a torcida da cúpula republicana é que os três adversários —Cruz, Rubio e o governador de Ohio, John Kasich— conquistem uma parte dos delegados em jogo para formar uma barreira anti-Trump, a começar das realizadas nesta terça-feira (8) em Michigan e mais três Estados.

    Até as 23h40 desta terça, Trump havia conquistado Michigan e Mississippi. Os resultados das primárias de Idaho, no noroeste americano, e do Havaí deverão ser divulgados durante a madrugada desta quarta-feira.

    Para a estratégia dar certo, Trump precisa sofrer derrotas na decisiva rodada de votações do dia 15. O foco são Flórida e Ohio, nos quais o vencedor ganha todos os delegados. Até o início das primárias desta terça-feira, Trump tinha 428 delegados, Cruz 315, o senador Marco Rubio, 151 e o governador de Ohio, John Kasich, tem 52.

    Disputa pela Casa Branca

    Em Ohio, Kasich está quase empatado com Trump nas pesquisas, mas Rubio continua em um distante segundo lugar na Flórida, seu Estado.

    São necessários 1.237 delegados para ganhar a candidatura republicana, e Trump tem pouco mais de 1/3 disso.

    Nos comitês anti-Trump, a aposta contra o bilionário nos dois Estados foi exposta num encontro no fim de semana em um resort na Geórgia.

    Entre os participantes, estava presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, e pesos-pesados de empresas de tecnologia e mídia, como o CEO da Apple, Tim Cook, Larry Page, co-fundador do Google, e o publisher do jornal "The New York Times", Arthur Sulzberger.

    A contragosto, muitos republicanos já veem o ultraconservador Cruz como opção. Embora seja considerado um dos políticos mais odiados em Washington, Cruz tornou-se uma alternativa mais real ao deixar Rubio para trás e se consolidar como adversário de Trump.

    Para outros, porém, apoiar Cruz como "um mal menor" oculta o perigo que o extremismo do senador representa para o partido e o país.

    "Se o Partido Republicano sobreviver como um partido nacional decente e viável, não pode se agarrar à ortodoxia desbotada de Cruz nem se mover para o feio nacionalismo de Trump. Precisa achar alternativa", escreveu David Brooks, colunista do "Times".

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