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    Após abusos, papa cria regras para fiscalizar gastos com canonizações

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    10/03/2016 09h17

    O papa Francisco impôs novas regras de responsabilização financeira sobre os processos de canonização após a revelação de graves abusos.

    As novas normas determinam vigilância externa sobre as contas bancárias do Vaticano criadas para assuntos de canonização.

    Elas preveem também um acompanhamento constante do orçamento e da contabilidade para garantir que as doações estejam sendo usadas ​​corretamente nos processos.

    Giuseppe Ciccia - 2.mar.2016/Brazil Photo Press/Folhapress
    VATICANO, 02.03.2016: PAPA-FRANCISCO - O papa Francisco durante audiência semanal na praça de São Pedro, no Vaticano, nesta quarta-feira (02). O pontífice afirmou que a Igreja não tem necessidade de dinheiro de "sangue" que deriva de exploração de pessoas, o que ela precisa é que os corações dos fiéis esteja aberto à misericórdia de Deus. (Foto:Giuseppe Ciccia/Brazil Photo Press/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    O papa Francisco antes da audiência semanal na praça São Pedro, no Vaticano

    As diretrizes do papa surgem após dois recentes livros feitos com base em documentos confidenciais do Vaticano revelarem que a estrutura da Santa Sé para as canonizações gasta centenas de milhares de euros para cada candidato a santo, mas que praticamente não há nenhuma supervisão financeira sobre ela.

    Os livros estimam que o custo médio para cada causa de beatificação gira em torno de € 500 mil (pouco mais de R$ 2 milhões).

    O novo documento, chamado de "Rescriptum ex Audientia Sanctissimi", foi assinado pelo papa, em 4 de março, de modo "experimental", com validade de três anos, e revoga as normas anteriores, assinadas pelo papa João Paulo 2º em 1983.

    FUNDO DE SOLIDARIEDADE

    Além de impor regras para deixar claro de onde vêm os recursos para todo o processo, o papa ainda instituiu um Fundo de Solidariedade, que deve ser utilizado para apoiar as causas dos "candidatos" mais pobres.

    Na questão da transparência, o documento estabelece que os custos na fase do processo que tramita em Roma precisam ser apoiados pela Sede Apostólica e que devem ser criados o posto de administrador e um sistema de vigilância sobre a administração.

    Está vetado, com exceção de autorização expressa e justificada, o uso do Fundo de Solidariedade para funções além dos processos de canonização, e os balanços financeiros devem passar por auditoria.

    O documento ressalta que as causas de beatificação e canonização, por sua complexidade, precisam de muito trabalho e comportam despesas "para a divulgação do conhecimento da figura do Servo de Deus ou Beato, para a investigação diocesana ou paroquial, pela fase romana e, enfim, para as celebrações de beatificação ou canonização".

    SEM PRAZO

    Não há um prazo específico para uma beatificação ou canonização –quando o beato se torna santo.

    O processo pode demorar décadas. Um dos mais rápidos foi o do papa João Paulo 2º, canonizado em 2014, apenas nove anos após sua morte.

    A canonização mais veloz da história ocorreu em 1231. Santo Antônio de Pádua foi aclamado santo um mês após morrer.

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