O presidente da Argentina, Mauricio Macri, de centro-direita, deverá fazer uma visita oficial a Cuba nos primeiros dias de abril, na volta de sua viagem a Washington.
"Ainda não há confirmação, mas é uma possibilidade", afirmou à Folha um funcionário do alto escalão do Ministério de Relações Exteriores.
Nos Estados Unidos, Macri participará da cúpula sobre segurança nuclear.
| Presidência da Argentina - 9.mar.2016/Xinhua/Telam | ||
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| Mauricio Macri e Federica Mogherini, chefe de Política Externa da União Europeia, na residência presidencial de Olivos |
A ida do mandatário a Cuba seria um dos gestos do governo para colocar em prática sua proposta de "desideologizar" as relações exteriores da Argentina.
A viagem foi discutida na semana passada, quando a chanceler Susana Malcorra esteve em Havana para reuniões bilaterais.
Em Cuba, Macri deverá fechar novos acordos comerciais e acompanhar as discussões sobre o acordo de paz que o governo da Colômbia pretende assinar, em Havana, com as Forças Armadas Revolucionárias (Farc).
Também poderá estar na pauta das conversas uma dívida que Cuba tem com a Argentina desde 1973.
A viagem do dirigente demonstraria sua intenção de se aproximar de Havana. Antes de ser eleito, em novembro do ano passado, ele afirmara que estaria contra o governo cubano caso este não avançasse em seus acordos com os Estados Unidos.
Macri já se indispôs com a esquerda latino-americana ao defender que a Venezuela fosse suspensa do Mercosul por manter presos políticos.
O governo cubano é bastante próximo da antecessora e adversária de Macri, Cristina Kirchner.
Fidel Castro esteve em Buenos Aires em 2003 para assistir à posse do marido de Cristina, Néstor, como presidente. No ano passado, o cubano recebeu Cristina em sua casa em Havana.