O Ministério Público da Bolívia informou nesta quarta-feira (16) que nunca existiu o filho do presidente Evo Morales e de Gabriela Zapata. Segundo os investigadores, ela falsificou documentos para atestar o nascimento da criança.
O procurador-geral do país, Ramiro Guerrero, afirmou que Gabriela Zapata apresentou ao cartório uma declaração de maternidade do Hospital da Mulher de La Paz, correspondente a uma criança nascida em 2006.
R Zaconeta/Xinhua | ||
O presidente da Bolívia, Evo Morales, participa de simpósio de administração pública em La Paz |
Na certidão, o menino aparece como se tivesse nascido em 30 de abril de 2007. Guerrero afirmou também que não existe documentação que confirme a internação de Zapata no hospital no período descrito na declaração.
A informação de que o presidente, solteiro e ser filhos, teria um herdeiro surgiu em 3 de fevereiro. O jornalista Carlos Valverde mostrou como prova uma certidão de nascimento da suposta criança.
Dois dias depois, o presidente admitiu a relação e o nascimento da criança, que, segundo Morales, teria morrido ainda em 2007. No final de fevereiro, uma tia de Zapata disse que o menino estava vivo, mas a ex-namorada negou.
Guerrero ainda acusou Zapata de falsificar o diploma de direito que garantiu à ex-namorada do presidente um emprego na empresa chinesa CAMC, que ganhou diversas licitações do governo boliviano.
Ela está presa desde 26 de fevereiro, acusada de tráfico de influência, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro pela atuação na empresa. A oposição acusa Morales de ter beneficiado a ex-namorada.
O presidente nega e, por sua vez, diz que o caso foi usado pela oposição para prejudicá-lo no referendo que, no mês passado, rejeitou a possibilidade de o presidente concorrer a um quarto mandato à Presidência do país.
Nesta quarta, o vice-presidente Álvaro García Linera pronunciou-se nesse sentido, dizendo que Morales foi vítima de um complô. "Houve aqui uma mentira coletiva da direita para atacar Evo Morales".