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    paris sob ataque

    Terrorista ligado a ataques em Paris faria novos atentados, diz Bélgica

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/03/2016 18h19

    O francês Salah Abdeslam, 26, um dos principais suspeitos dos atentados de Paris, afirmou a investigadores que estava pronto para realizar um outro atentado, que seria organizado em Bruxelas (Bélgica).

    A informação foi dada neste domingo (20) por autoridades da Bélgica, onde Abdeslam está preso.

    O ministro das Relações Exteriores belga, Didier Reynders, revelou que o suspeito admitiu estar "pronto para voltar a fazer algo" em Bruxelas.

    "E talvez seja verdade", considerou Reyders, "porque encontramos muitas armas, armamento pesado, nas primeiras investigações e encontramos uma nova rede ao seu redor em Bruxelas".

    O ministro belga também destacou que a polícia continua procurando outras pessoas envolvidas no massacre de Paris: "Até o momento, estamos certos de ter encontrado mais de 30 pessoas envolvidas nos ataques de Paris, mas estamos convencidos de que haja mais".

    Abdeslam, peça-chave nos atentados que deixaram 130 mortos e centenas de feridos em 13 de novembro em Paris, foi acusado formalmente no sábado pela Justiça belga por "tentativa de assassinato terrorista" e "participação nas atividades de um grupo terrorista".

    Um dia depois de sua captura, ele foi transferido à prisão de segurança máxima de Bruges, onde também estão os dois indivíduos que o tiraram de Paris rumo a Bruxelas no dia seguinte dos atentados.

    A defesa de Abdeslam já começou uma batalha para evitar sua extradição à França.

    SEGREDO DE JUSTIÇA

    Neste domingo, seu advogado, Sven Mary, anunciou a intenção de denunciar o procurador francês, François Molins, por revelação de segredo de Justiça.

    Molins declarou no sábado (19) que Abdeslam havia confessado durante os primeiros interrogatórios que "queria se explodir no Stade de France" na noite dos atentados, mas que "desistiu".

    "A leitura de uma parte da declaração do senhor Abdeslam em coletiva de imprensa constitui uma violação", assegurou Sven Mary ao jornal "Le Soir".

    A denúncia, contudo, não tem perspectivas de prosperar, já que tanto o Código de Processo Penal francês como o belga permitem a derrogação do segredo de Justiça.

    Na quarta-feira (23), o detido deve comparecer à Câmara do Conselho –uma jurisdição de instrução–, que decidirá se prorroga a ordem de prisão belga. Segundo Sven Mary, "a ordem de prisão belga será prorrogada e a investigação continuará".

    O advogado, contratado pela família de Abdeslam e um dos mais conhecidos da Bélgica, acredita que terá de esperar primeiro para ver o que ocorrerá com este processo na Bélgica antes de uma possível extradição à França, como pede Paris, no marco de uma ordem de prisão europeia.

    A decisão definitiva sobre sua extradição deve ser tomada em um prazo de 60 dias a partir da data de sua prisão ou de 90 dias se exercer seu direito de recorrer.

    PAPEL CENTRAL

    Francês de 26 anos que cresceu na Bélgica, o detido teve, segundo o procurador Molins, "um papel central nos comandos dos ataques de 13 de novembro" e participou da chegada de alguns terroristas à Europa, assim como "da preparação logística dos atentados".

    Foi, além disso, encarregado de comprar o material para confeccionar os cinturões explosivos e alugou o carro usado pelo comando na casa de shows Bataclan, assim como um apartamento nos arredores de Paris, segundo o procurador francês.

    Após quatro meses foragido, foi capturado na sexta-feira (18) em Molenbeek, bairro de Bruxelas no qual cresceu.

    Segundo fontes próximas à investigação, os policiais que vigiavam os arredores tiveram a certeza de que ele se escondia ali com cúmplices quando a mulher que residia no apartamento pediu cinco pizzas a domicílio.

    O procurador francês viajará na segunda-feira a Bruxelas no marco de um encontro "previsto há muito tempo" com a procuradoria belga para analisar o resultado das pesquisas, segundo uma fonte próxima à investigação.

    Para seu advogado, Abdeslam "vale ouro. Colabora, comunica (...) Seria interessante dar tempo ao tempo, para que eu possa falar com ele, para que os investigadores possam falar com ele", disse Sven Mary à televisão RTBF.

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