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    Terror na Europa

    'Não é inteligente ter medo', diz passageiro de metrô em Bruxelas

    JULIANO MACHADO
    ENVIADO ESPECIAL A BRUXELAS

    23/03/2016 08h36

    Juliano Machado/Folhapress
    O aposentado belga Daniel Trumpeneers pega metrô na estação Gare du Nord, em Bruxelas
    O aposentado belga Daniel Trumpeneers pega metrô na estação Gare du Nord, em Bruxelas

    Os moradores de Bruxelas tentavam demonstrar normalidade na manhã chuvosa pós-atentados, inclusive no transporte público, um dos alvos dos ataques da terça-feira (23) —ao menos 20 morreram numa ação suicida na estação de metrô de Maelbeek.

    "Não é inteligente ter medo. Temos de tomar cuidado, mas a vida tem de continuar", diz à Folha o aposentado Daniel Trumpeneers, 62, dentro de um vagão quase vazio a caminho da estação Gare du Nord e sob o olhar de um policial no banco ao lado.

    Juliano Machado/Folhapress
    Após atentados, soldados fazem revista na entrada da estação central de Bruxelas
    Após atentados, soldados fazem revista na entrada da estação central de Bruxelas

    Trumpeneers afirma que estava a menos de 1 km de Maelbeek na manhã de terça. "Tentei fazer minhas coisas normalmente, dentro do que era possível por causa dos bloqueios da polícia".

    Há 20 anos morando em Bruxelas, ele diz que não chegou a ficar surpreso com os atentados, pois imaginava que em algum momento a Bélgica seria atingida.

    Ao perceber no relógio que eram quase 9h (5h de Brasília), afirma: "Foi mais ou menos nesse horário [a explosão em Maelbeek], não foi? Poderia ter acontecido comigo."

    A maioria dos poucos passageiros mantém silêncio, mas havia quem visse na situação de pegar metrô um acontecimento. No vagão vizinho de onde estava a reportagem, um casal sorridente de jovens tirava selfies. Abordados, não quiseram falar.

    A maior parte das estações, inclusive Maelbeek, continua fechada, e as que funcionam estão sob forte vigilância, com revistas de soldados com fuzis na entrada.

    Na entrada da estação central, havia fila por causa da ação policial. Quem tinha mochilas era obrigado a abri-las.

    Os ônibus também estão circulando com menos frequência. Só não há uma situação de caos porque o número de pessoas usando o transporte público está bem menor que o normal.

    A orientação das autoridades continua a ser de que os moradores evitem o transporte público para ir ao trabalho, e o serviço em vários escritórios é facultativo.

    Ataques na Bélgica

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