O ex-governador da Flórida Jeb Bush anunciou nesta quarta-feira (23) apoio ao senador de extrema direita Ted Cruz na tentativa de conter Donald Trump na corrida pela Casa Branca.

"Pelo bem do nosso partido [Republicano] e do nosso país, precisamos nos mover para superar a divisão e vulgaridade que Trump trouxe à arena política", disse, em nota.

	Robyn Beck-15.dez.16/AFP
	Ted Cruz e Jeb Bush se cumprimentam antes de debate presidencial em dezembro

Do contrário, "certamente perderemos a chance de derrotar o candidato democrata [na eleição geral, em novembro] e de reverter as políticas falhas do presidente Barack Obama".

Filho e irmão de ex-presidentes, Jeb desistiu de tentar a candidatura republicana um mês atrás, depois de meses sem conseguir fazer sua campanha decolar, apesar de ter começado como o favorito do partido e com as maiores doações.

Foi ridicularizado por Trump que, entre outras, o chamou de "pouco enérgico". A tentativa do ex-governador de retrucar levou a cenas de insultos e ofensas que acabaram por contaminar sua pré-candidatura.

Com o apoio a Cruz, Jeb embarca na campanha anti-Trump em um momento em que o empresário já tem boa vantagem na contagem de delegados e a cúpula republicana tenta impedir que ele obtenha a maioria necessária para ganhar a candidatura. O objetivo é chegar a uma convenção disputada.

Jeb disse que Cruz, senador pelo Texas e ligado ao movimento Tea Party, é um "conservador de princípios e consistente", que demonstrou habilidade para vencer as prévias.

PRÉVIAS

Trump e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton venceram as prévias no Arizona nesta terça (22), ampliando a vantagem de ambos na disputa pelas candidaturas republicana e democrata, respectivamente, à Casa Branca. Com a vitória, Trump levou os 58 delegados em disputa de uma vez, chegando a 738 dos 1.237 representantes partidários necessários para obter a nomeação republicana.

Cruz venceu a prévia republicana em Utah, com 69% dos votos, o que lhe dá mais 40 delegados —o candidato agora soma 463. O senador liderava as pesquisas nesse Estado do oeste americano com 53%, seguido pelo governador de Ohio, John Kasich, com 29%.

Trump aparecia com apenas 10%. O magnata fez uma campanha polêmica no Estado, ao questionar a fé do candidato republicano à Presidência em 2012, Mitt Romney, mórmon como grande parte do eleitorado em Utah. Romney, que vota no Estado, pediu o voto útil em Cruz.