• Mundo

    Saturday, 18-May-2024 15:18:18 -03

    Terror na Europa

    Vizinhos dos suspeitos dos ataques em Bruxelas se dizem surpresos

    JULIANO MACHADO
    ENVIADO ESPECIAL A BRUXELAS

    24/03/2016 12h41

    AFP
    A picture released on March 22, 2016 by the belgian federal police on demand of the Federal prosecutor shows a screengrab of the airport CCTV camera showing three suspects of this morning's attacks at Brussels Airport, in Zaventem. Two explosions in the departure hall of Brussels Airport this morning took the lives of 14 people, 81 got injured. Government sources speak of a terrorist attack. The terrorist threat level has been heightened to four across the country. / AFP PHOTO / BELGIAN FEDERAL POLICE / - / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / BELGIAN FEDERAL POLICE" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS
    Três suspeitos das explosões que mataram 11 pessoas no aeroporto de Zaventem

    Uma então tranquila esquina no bairro de Schaerbeek, ao norte de Bruxelas, amanheceu nesta quinta-feira (24) com carros de polícia e dezenas de curiosos e jornalistas à frente do prédio de número 4 da rua Max Roos.

    Dali partiram de um táxi para o aeroporto de Zaventem, na terça-feira (24), os três homens apontados como responsáveis pelo atentado no terminal, que deixou 11 mortos —outros 20 morreram na estação de metrô de Maelbeek.

    Uma família em especial se assustou com a descoberta de que ali viviam terroristas: a do colombiano Jhon Jairo Valderrama, 50. Ele, a mulher, Gladys, e as filhas Laura, 18, e Tatiana, 14, moram no apartamento ao lado do usado pelos extremistas, no quinto andar.

    Vindos de Medellín há pouco mais de um mês, eles praticamente não viram os vizinhos nesse período.

    Arquivo pessoal
    Colombiano Jhon Jairo Valderrama e as filhas Laura (esq.) e Tatiana em foto de arquivo pessoal
    Colombiano Jhon Jairo Valderrama e as filhas Laura (esq.) e Tatiana em foto de arquivo pessoal

    "Eu nunca os tinha visto, meu pai viu um deles [Ibrahim el-Bakraoui] na escada um dia. Não havia barulho, movimentação, nada. Foi um susto enorme quando a polícia veio aqui ao lado [na noite de terça], arrombando a porta", contou Tatiana à Folha, por telefone.

    Juliano Machado/Folhapress
    Legenda: fachada do prédio em Bruxelas onde viviam, no 5º andar, os irmãos el-Bakraoui, responsáveis pelos atentados de terça-feiraCrédito: Juliano Machado/Folhapress
    Fachada do prédio onde viviam os irmãos el-Bakraoui, em Bruxelas

    No apartamento, a polícia encontrou 15 quilos do explosivo TATP, mesmo tipo usado nos ataques de Paris, e outros materiais para a confecção de bombas: 150 litros de acetona, 30 litros de água oxigenada, um detonador e uma mala cheia de pregos e parafusos.

    Tatiana disse que o imóvel vizinho está trancado e lacrado desde a operação policial.

    O prédio onde os Valderramas moram é simples, mas numa área em que não havia suspeita da atividade de extremistas.

    O vendedor de uma banca de frutas do outro lado da avenida Princesa Elisabeth, a cerca de 50 metros do prédio, disse que já tinha visto os irmãos Ibrahim e Khalid el-Bakraoui, mas nunca desconfiou deles.

    "Aqui não se ouvia falar desses radicais, achava que isso fosse mais em Molenbeek [bairro próximo onde há também uma expressiva população muçulmana]", disse o comerciante, que preferiu não se identificar.

    Os sinais da presença islâmica estão em anúncios em árabe em alguns mercadinhos e pelas mesquitas —uma delas, a Ahle Allah, fica a uma quadra do prédio dos irmãos el-Bakraoui.

    A pessoa que atendeu a campainha não quis comentar sobre eles nem respondeu se os dois frequentavam o local.

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024