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    Terror na Europa

    Bélgica prende seis suspeitos de relação com ataques em Bruxelas

    JULIANO MACHADO
    ENVIADO ESPECIAL A BRUXELAS

    24/03/2016 21h35

    A polícia da Bélgica prendeu na noite desta quinta-feira (24) seis suspeitos de envolvimento nos ataques da terça-feira (22) em Bruxelas, que deixaram 31 mortos e cerca de 300 feridos.

    Agentes faziam operações em várias áreas da capital, em busca de pelo menos um dos participantes dos ataques que está foragido. As detenções ocorreram no bairro de Schaerbeek, de onde três dos terroristas partiram para as explosões no aeroporto de Zaventem.

    As prisões serviram como reação do governo no dia em que autoridades reconheceram ter cometido falhas de segurança que propiciaram os atentados.

    Diante de mais evidências da conexão entre os ataques de Paris, em novembro, e as ações terroristas desta semana, dois ministros belgas anunciaram que entregariam seus cargos, mas o premiê, Charles Michel, recusou o pedido, dizendo que, "em tempo de guerra, não se pode abandonar o campo de batalha".

    Ainda nesta quinta (24), relatos da imprensa belga e francesa apontam para um segundo extremista envolvido das explosões no metrô de Maelbeek, que matou 20 pessoas.

    Imagens de câmeras de segurança da estação mostram um homem, ao lado de Khalid El-Bakraoui, 27, carregando uma grande sacola.

    As autoridades não confirmaram a informação, que significaria um quinto terrorista na ação coordenada. Dos quatro confirmados, três se suicidaram, e um continua foragido.

    Promotores belgas afirmaram que Khalid alugou um apartamento usado como esconderijo para os terroristas de Paris e tinha contra si uma ordem internacional de prisão desde 11 de dezembro passado. Com isso, a pressão sobre as autoridades belgas aumentou.

    O ministro do Interior, Jan Jambon, disse que houve "erros da Justiça e na comunicação com a Turquia", em referência ao aviso de Ancara de que o irmão de Khalid, Ibrahim, havia sido preso sob suspeita de querer se unir ao Estado Islâmico na Síria.

    A Bélgica não pediu sua extradição, e ele acabou deportado para a Holanda, onde voltou a poder circular livremente. Além de Jambon, o titular da Justiça, Koen Greens, se ofereceu para sair.

    O nível de alerta contra ataques foi reduzido de 4 (máximo) para 3, após o governo considerar que o risco de um novo atentado é "menos iminente". Ministros de Interior e da Justiça dos países da União Europeia fizeram reunião de emergência para discutir uma estratégia conjunta contra o terrorismo.

    O presidente francês, François Hollande, disse que seu país falaria "alto e claro" por um maior compartilhamento de informações de inteligência entre os membros do bloco.

    Um dos principais envolvidos nos atentados de Paris e preso em Bruxelas há uma semana, Salah Abdeslam, 26, compareceu a um tribunal nesta quinta e disse que "não sabia" do planejamento das ações em Bruxelas, apesar de ter mantido vínculos com todos os envolvidos.

    Sua prisão foi estendida até pelo menos 7 de abril. O advogado de Abdeslam, Sven Mary, afirmou que seu cliente não se opõe mais à extradição para a França, porque deseja "se explicar" sobre os episódios na capital francesa.

    Ataque em Bruxelas

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