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    Protesto de estudantes termina com dois policiais mortos na Venezuela

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    29/03/2016 21h37

    Carlos Eduardo/Reuters
    Policial ferido fica caído após um ônibus capturado por manifestantes atropelar um cordão de agentes
    Policial ferido fica caído após um ônibus capturado por manifestantes atropelar um cordão de agentes

    Dois policiais morreram e 12 ficaram feridos depois de serem atropelados por um ônibus capturado por universitários durante um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em San Cristóbal, na Venezuela, nesta terça-feira (29).

    Segundo o jornal "El Universal" e o canal Globovisión, alunos do Instituto Universitário Tecnológico (IUT) capturaram 14 ônibus de um terminal e levaram os veículos à escola, que fica a cerca de um quilômetro dali.

    Horas depois, a polícia chegou à região da escola e entrou em confronto com manifestantes. Em meio à confusão, um grupo ligado à ala mais extremista da oposição venezuelana teria usado um dos veículos para avançar contra o cordão policial que isolava o protesto.

    No atropelamento, foram mortos o integrante da Polícia Nacional Bolivariana Otto Márquez, 25, e a agente da Polícia do Estado de Táchira Nicolle Pérez, 21. Os feridos foram enviados a hospitais da região, quatro deles em estado grave.

    Foi anunciada a prisão de três jovens supostamente responsáveis pelo ataque e de outros 42 manifestantes. Devido aos protestos violentos, os motoristas de ônibus anunciaram uma paralisação por tempo indeterminado.

    George Castellanos/AFP
    Membros da Guarda Nacional Bolivariana cercam o ônibus usado no atropelamento
    Membros da Guarda Nacional Bolivariana cercam o ônibus usado no atropelamento

    POLÍTICA

    Berço dos protestos contra o presidente Nicolás Maduro em 2014, San Cristóbal é governada desde março daquele ano por Patricia Gutiérrez, mulher de Daniel Ceballos, um dos principais dirigentes da oposição ao governo chavista.

    Ela assumiu o cargo depois que seu marido foi preso, acusado de incitação à violência nas manifestações, em que 43 pessoas morreram. Ceballos, que chegou a fazer greve de fome na cadeia junto com seu correligionário Leopoldo López, está em prisão domiciliar desde agosto.

    Antes de as autoridades afirmarem que eram extremistas contrários a Maduro, membros da oposição acusaram os alunos que protestavam de serem chavistas. "O IUT de Táchira é controlado pelo governo. O reitor é do PSUV, os dirigentes estudantis também", disse o deputado Juan Requesens.

    O governador de Táchira, o chavista José Vielma Mora, lamentou as mortes dos policiais e chamou o atropelamento de "ação irracional". Ele prometeu auxiliar o Ministério Público do Estado na investigação do crime.

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