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    Trump se contradiz em suas posições sobre tornar aborto ilegal nos EUA

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    30/03/2016 18h58

    O pré-candidato republicano à Casa Branca Donald Trump se contradisse nesta quarta-feira (30) sobre sua posição em relação a tornar o aborto ilegal. Entre a manhã e a tarde, ele deu duas opiniões diferentes sobre o tema.

    O magnata, que no passado era a favor do direito à interrupção da gravidez, mudou sua posição pouco antes do início da campanha. Desde então, passou a defender o aborto só em caso de estupro, incesto ou risco de morte à mãe.

    Em entrevista ao canal MSNBC, ele foi pressionado pelo jornalista Chris Matthews sobre a mudança da lei. Questionado sobre como se daria a proibição do aborto, o pré-candidato disse:

    "Nós voltaremos a uma situação em que há a possibilidade de que essas pessoas tenham que procurar locais ilegais", reconhece o empresário. "Mas você tem que torná-lo ilegal".

    Na sequência, Matthews pergunta se ele acredita em punição ao aborto ilegal. "Deve haver alguma forma de punição", responde Trump. "Dez dias? Dez anos?", segue o jornalista. "Não sei. É uma situação muito complicada", diz Trump.

    A opinião de Trump foi criticada por seus rivais, incluindo os republicanos. "Justo quando você acha que não poderia ficar pior. Terrível e revelador", disse a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, líder na corrida democrata.

    O senador Bernie Sanders, também candidato democrata, foi outro a falar sobre a recente posição do magnata. "Seu líder na corrida republicana, senhoras e senhores. Vergonhoso".

    O porta-voz do Ted Cruz, principal rival de Trump e contrário ao aborto em qualquer situação, ironizou o comentário. "Não pense demais. Trump não entende a posição pró-vida porque ele não é pró-vida", disse Brian Phillips.

    O governador de Ohio e pré-candidato republicano, John Kasich, também criticou. "Admito exceções [para o aborto] nos casos de estupro, incesto e risco de morte da mãe, mas evidentemente a mulher não deve ser punida", disse.

    "Acho que provavelmente Trump vai achar alguma maneira de dizer que ele não falou isso ou foi mal interpretado, mas não acho que seja uma resposta apropriada e é uma situação suficientemente difícil para punir alguém".

    CONFUSÃO

    Kasich estava certo. Horas depois da entrevista, a campanha de Trump divulgou uma nota dizendo que quem deve ser punido são "o médico ou qualquer outra pessoa que cometa este ato ilegal, não a mulher".

    No comunicado, ele reitera sua posição inicial sobre a interrupção da gravidez. "A minha posição não mudou —como Ronald Reagan, sou pró-vida com exceções, que expus diversas vezes".

    A confusão, aliada a outras polêmicas, deverão ter um novo impacto no eleitorado feminino, que já não demonstra confiança no magnata. Segundo pesquisa Reuters/Ipsos, 66% das mulheres têm uma imagem desfavorável de Trump.

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