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    Após ser citado no 'Panama Papers', presidente argentino nega ilegalidade

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES

    04/04/2016 23h26

    Após aparecer como diretor de uma empresa registrada no paraíso fiscal de Bahamas e ser citado na investigação "Panama Papers", o presidente argentino, Mauricio Macri, negou estar envolvido em irregularidades.

    A uma TV local, disse que a companhia Fleg Trading Ltd. era "uma operação legal" de seu pai, Franco Macri (um dos maiores empresários do país). A empresa foi constituída em 1998 com um capital inicial de US$ 5.000 para fazer investimentos no Brasil.

    "A sociedade deixou de operar em 2008. Está tudo perfeito. Não há nada estranho. [A empresa] foi declarada na DGI [órgão responsável pela arrecadação e fiscalização fiscal]", disse.

    Macri assumiu como deputado federal em 2006 e como prefeito de Buenos Aires em 2007. Nesse período, não declarou a companhia entre seus bens.

    Segundo a Casa Rosada, isso ocorreu porque o presidente não tinha nenhuma ação na sociedade, tendo sido designado "ocasionalmente" diretor por ela ser de sua família.

    Em nota, Franco Macri reforçou que seu filho não tinha participação no capital da empresa nem recebia como diretor. Sua nomeação foi "uma mera formalidade", acrescentou.

    Segundo o advogado tributarista Santiago Montezanti, sócio do escritório Beccar Varela, o mandatário só teria obrigação de declarar a companhia se fosse um acionista ou se tivesse recebido honorários.

    "Com as informações disponíveis hoje, não parece que houve algo ilegal", afirmou à Folha.

    Para o contador tributarista Ricardo Sosa, do escritório Lisicki, Litvin & Asociados, "claramente" não havia motivos para que o dirigente incluísse a offshore na declaração. "Diretor não é acionista."

    A oposição cobrou explicações. "Mauricio tem de explicar suas contas, e isso deveria ser feito em rede nacional", afirmou o deputado Sergio Massa, que concorreu à Presidência.

    Para o deputado Marco Lavagna, um diretor de uma empresa tem responsabilidades. "Não pode existir a menor dúvida em relação à imagem do presidente."

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