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    Após denúncia, Venezuela promete investigar mortes e prisões ilegais

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    04/04/2016 23h29

    O governo da Venezuela disse, nesta segunda-feira (4), que investigará denúncias de execuções extrajudiciais e prisões arbitrárias divulgadas em relatório das ONGs Human Rights Watch (HRW) e Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea).

    A promessa de apurar "o que aconteceu" foi formulada pelo embaixador venezuelano na Organização dos Estados Americanos (OEA), Bernardo Álvarez, e pelo secretário nacional de direitos humanos de Caracas, Larry Devoe.

    Eles participaram de uma audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ligada à OEA, que discutiu acusações de abusos cometidos por Caracas, entre os quais as violações denunciadas no informe das ONGs.

    O documento, estrategicamente divulgado horas antes do comparecimento da Venezuelano diante da CIDH, detalha 20 casos de assassinatos extra-judiciais cometidos durante as chamadas Operações para Libertação e Proteção do Povo (OLP) lançadas em julho de 2015 sob a justificativa de combate ao crime.

    O relatório da HRW e do Provea traz testemunhos em primeira mão de parentes que relatam como as execuções aconteceram.

    As OLP deixaram ao menos 245 mortos em zonas populares em Caracas e no interior. O governo afirma que o número se explica pela intensidade de supostos combates entre policiais e delinquentes.

    O relatório também critica o governo por ter detido de forma arbitrária e, às vezes, violenta mais de 14 mil pessoas no âmbito das OLP. Menos de 100 foram denunciadas.

    Participante da audiência da CIDH, o diretor para as Américas da HRW, José Miguel Vivanco, cobrou dos representantes venezuelanos que garantam a proteção das testemunhas citadas nominalmente no relatório.

    Em outros temas abordados, os representantes venezuelanos negaram que o desabastecimento generalizado e o colapso do sistema de saúde no país sejam sinais de crise humanitária. Também criticaram o projeto de lei de anistia elaborado pela oposição, hoje majoritária no Parlamento, para libertar opositores que o governo considera extremistas perigosos.

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