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    Papa visitará ilha grega de Lesbos para manifestar apoio a refugiados

    DA FRANCE PRESS

    05/04/2016 17h01

    O papa Francisco visitará a ilha grega de Lesbos para manifestar solidariedade aos refugiados, que multiplicam os pedidos de asilo após os primeiros reenvios de migrantes à Turquia.

    A Igreja ortodoxa da Grécia anunciou nesta terça-feira (5) que o Papa expressou este desejo, afirmando que já havia dado sua aprovação a uma visita do pontífice a Lesbos, principal porta de entrada de refugiados e migrantes à Europa desde janeiro de 2015.

    Uma fonte do governo grego confirmou a "visita de importância extraordinária", da qual também participará o patriarca Bartolomeu I, chefe espiritual dos gregos ortodoxos, que reside na Turquia. Embora o anúncio não informe a data da viagem papal, uma fonte do governo grego afirma que a visita deve ocorrer no dia 14 ou 15 de abril.

    Aris Messinis/AFP
    Men hold their hands up behind a chain link fence as Pakistani and Afghan migrants protest inside the Moria detention center in Mytilene on the Greek island of Lesbos on April 5, 2016 against deportation to Turkey. Migrant returns from Greece to Turkey begun on April 4 under the terms of an EU deal that has worried aid groups, as Athens struggles to manage the overload of desperate people on its soil. Over 51,000 refugees and migrants seeking to reach northern Europe are stuck in Greece, after Balkan states sealed their borders. Hundreds more continue to land on the Greek islands every day despite the EU deal. / AFP PHOTO / ARIS MESSINIS ORG XMIT: ARIS1794
    MIgrantes paquistaneses e afegãos protestam em centro de detenção em Moria, na ilha grega de Lesbos

    Três mil migrantes estão atualmente na ilha de Lesbos, a maioria no campo de Moria, à espera de serem reenviados à Turquia, conforme determina o acordo assinado entre União Europeia e Ancara para diminuir o fluxo migratório.

    O porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, "não negou que existam contatos" em curso para uma visita do Papa, que criticou, em 27 de março, "a rejeição" dos migrantes e refugiados "por aqueles que poderiam oferecer acolhida e ajuda", em uma nova e amarga crítica às sociedades ocidentais, especialmente europeias, que fecham suas fronteiras.

    De acordo com o comunicado da Igreja grega, o chefe da igreja ortodoxa da Grécia, Monsenhor Jerônimo, foi informado "do desejo do papa Francisco de viajar à Grécia" para "sensibilizar a comunidade internacional sobre a necessidade de um cessar-fogo imediato nos conflitos" no Oriente Médio e "ressaltar a gravidade do grande problema humanitário" que o fluxo de refugiados representa.

    Na segunda-feira (4), três barcos partiram rumo à Turquia com pelo menos 202 imigrantes que estavam nas ilhas gregas de Lesbos e Chios, como parte do polêmico acordo assinado em 18 de março passado. O acordo UE-Turquia prevê que todas as pessoas que chegarem à Grécia depois de 20 de março e que não apresentarem um pedido de asilo podem ser expulsas do país.

    Por esta razão, muitos migrantes pediram asilo nos últimos dias na Grécia. Mais de 2.300 demandas foram registradas nesta terça, de um total de 6.000 migrantes visados pelo acordo e atualmente retidos nas ilhas gregas (Lesbos, Chios, Kos, principalmente), indicou à AFP Philippe Leclerc, representante na Grécia do Alto Comissariado para os Refugiados da ONU.

    Além das pessoas abrangidas pelo acordo UE-Turquia, 46 mil outros migrantes que chegaram antes de 20 de março seguem bloqueados na Grécia, e 225 outros desembarcaram desde segunda-feira na costa grega, de acordo com as autoridades locais.

    Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 172.089 migrantes chegaram à UE por via marítima desde 1º de janeiro.

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